quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Chelsea pouco… especial

Willian e Oscar: curto para quem sonha com a Champions
Costuma-se dizer que os avançados ganham jogos mas as defesas é que ganham campeonatos. Essa frase assenta que nem uma luva ao Chelsea de José Mourinho.

Sobretudo na segunda parte da temporada passada, a turma de Stamford Bridge geriu a liderança da Premier League de uma forma calculista e resultadista, fazendo-se valer de uma consistência defensiva que, organização coletiva à parte, muito tem a ver com a qualidade dos seus homens mais recuados:


Courtois é indiscutivelmente um dos melhores guarda-redes do mundo; Cahill e Terry, juntos, formam uma das duplas mais coesas do planeta; Ivanovic é um autêntico protótipo de lateral (e jogador) completo; e Azpilicueta, destro que ocupou na maioria dos jogos o lado esquerdo da defesa… cumpriu. E ainda há Matic, o médio mais recuado, outro futebolista de elite, como nós portugueses muito bem pudemos constatar. Contudo, em caso de indisponibilidade de um destes seis, encontrar substituto à altura torna-se um sério problema.

Já ofensivamente a equipa teve momentos distintos na temporada. Começou muito bem, com goleadas, incluindo o 6-3 em Goodison Park, diante do Everton. Aí funcionava no seu esplendor a arte do último passe de Fàbregas e o oportunismo de Diego Costa. A partir de janeiro, o catalão foi-se eclipsando, o hispano-brasileiro ressentiu-se cada vez mais dos seus problemas na coxa e os blues tornaram-se menos concretizadores. Nessa altura emergiu Eden Hazard, que foi tirando coelhos da cartola e ofereceu ao Chelsea várias vitórias pela margem mínima.

A grande forma do belga e a consistência defensiva não chegaram, no entanto, para superar o PSG nos oitavos de final da Liga dos Campeões. E percebe-se porquê. Hazard é um grande jogador, talvez o melhor da Premier League, mas estará entre os três ou cinco melhores do mundo?

Creio que não. A grande estrela do plantel de Mourinho estará talvez até uns furos abaixo de Neymar, que nem é o melhor do Barça, e ao nível de Suárez, Bale, Ibrahimovic, Robben e Aguero. E claro, ainda longe do nível colossal de Cristiano Ronaldo e Lionel Messi.

Mas mais importante do que isso, o antigo craque do Lille não tem companhia à altura no jogo de ataque dos londrinos, onde geralmente apoia o ponta de lança ao lado de Oscar e Willian. Pergunto: Quantos Oscares e Willians andam por aí no futebol europeu? Diria que cada equipa de Top10 europeu tem pelo menos dois jogadores de qualidade similar ou superior para as posições mais criativas e algumas ainda têm alguém de valor idêntico no banco de suplentes. A alternativa ao duo brasileiro é Cuadrado (ou adiantar Fàbregas), que para já tem-se revelado um autêntico flop.
Cuadrado ainda não justificou investimento de €32 milhões

Se essas armas serviram para vencer a Premier League e ainda assim em boa parte de uma forma bastante pragmática, na Liga dos Campeões o caso muda de figura. Comparado com todo o arsenal ofensivo de Barcelona, Real Madrid, Bayern e PSG, os homens de ataque do Chelsea não oferecem grandes condições para fazer sonhar José Mourinho, que ainda persegue a primeira Champions pelo clube londrino. Falta ao special one ter um leque de opções mais… especial.



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