A ideia promete discórdia, mas a verdade é
que Cristiano Ronaldo já não é o mesmo menino que aos 18 anos deixou o
Sporting, rumo a Inglaterra.
Em Alvalade, o prodígio madeirense revelou
ser um extremo rápido e driblador, que por vezes se agarrava demasiado à bola e
tentava sozinho, na circunstância do drible, levar a equipa para a frente.
Alex Ferguson recrutou-o, e em Manchester
para além de melhorar essas qualidades, tornando-se mais eficaz nos desequilíbrios
individuais e ainda mais veloz, ainda se tornou uma referência no jogo aéreo,
devido à sua capacidade de impulsão, e uma ameaça na cobrança de livres
diretos, disferindo um forte e estranho pontapé.
Com a evolução física, técnica e tática,
mostrou ao mundo também a sua veia goleadora, conseguindo ser o rei dos
marcados em terras britânicas, algo que confirmou também em Espanha. A sua
presença em zonas de finalização tornou-se imprescindível.
Sob o comando de José Mourinho, no Real
Madrid, tornou-se ainda mais consistente. Se estava numa tarde inspirada,
podia-se esperar um bis ou um hat-trick, aliada a pormenores de grande
classe, e mesmo que as coisas não lhe corressem bem, não deixava de conseguir
um golo ou um passe decisivo. Basicamente, o pior de Ronaldo estava ainda assim
num plano muito elevado.
Essa consistência foi um reflexo do seu
crescimento, que fazia dele um jogador não tão driblador, mas mais de coletivo,
paciente e com consciência de quando deveria acelerar ou arrefecer o jogo.
Chegou-se mesmo a falar que o Ronaldo de Madrid já não era o de Manchester, não
pela perda de qualidade, mas sim porque a maior espetacularidade tinha dado
lugar a maior eficácia.
Hoje, que CR7 tem 28 anos, faço a
pergunta: até que ponto não fará mais sentido mudar um futebolista tão
talentoso como consistente para uma zona do terreno onde este poderá ter mais
ação sobre o jogo, onde estará mais perto da zona de jurisdição, em detrimento
de o “esconder” numa faixa?
Ronaldo não é o mesmo que saiu do Sporting,
há que reforçar esta ideia. Os seus
golos podem ser mais bonitos quando parte da esquerda para o meio e disfere um
forte remate, mas a zona de finalização é essencialmente no corredor central. O
madeirense não está atualmente no topo da montanha de futebolistas por ser alguém
que precise de embalar a partir de uma ala, é igualmente capaz de jogar em
espaços curtos. A sua presença numa posição de “10” ou segundo avançado também
lhe iria permitir que aparecesse nas três faixas, com liberdade de ação, para
construir e desequilibrar.
Na seleção, Paulo Bento já o tem colocado
mais por dentro. Nos merengues, Carlo
Ancelotti experimentou-o a fazer dupla de avançados com Benzema durante a pré-época.
concordo plenamente com todas as ideias ele ja nao e um jogador de faixa preciso de jogar no meio para tambem a seleçao portuguesa finalmente ter um ponta de lança de qualidade,que ja nao temos ha algum tempo
ResponderEliminarPonta-de-lança não digo, só se for num modelo de jogo que imponha muita mobilidade... ele tem de ser essencialmente o responsável para fazer a bola chegar à área, aparecendo também em zona de finalização, mas não concordo que se fixe lá
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