quarta-feira, 8 de maio de 2024

De Manuel Bento a Deco e Cristiano Ronaldo. A minha coleção de autógrafos







Permitam-me que hoje traga aqui um lado mais pessoal, talvez até íntimo. Uma homenagem ao meu pai.

Faz hoje oito anos que conversei e convivi com ele pela última vez. Neste dia, em 2016, sofreu um terrível engasgo durante o jantar que lhe provocaria a morte, declarada mais de um mês depois após um período de coma.

Se a paixão pelo futebol surgiu de forma natural, se a idolatria de jogadores e treinadores foi acontecendo naturalmente, ao meu pai devo a possibilidade de viver autênticos sonhos, ao tirar fotografias e receber autógrafos de alguns desses ídolos, de autênticas figuras que aos meus olhos não pareciam homens normais.

Não esqueço aquela tarde de agosto de 2000 em que me levou ao antigo Estádio José Alvalade para assistir a um treino do então campeão nacional Sporting e receber autógrafos e tirar fotografias com Acosta, Beto, João Vieira Pinto ou Iordanov. Ainda tenho essas assinaturas, algumas delas impercetíveis, numa bola cá em casa. Acosta estava para mim, nesse tempo, como Gyokeres está para os miúdos de hoje.

Também não esqueço quando me levou ao Estádio do Bonfim no verão de 2002 para conhecer o museu do Vitória e de quando no início do ano seguinte me realizou o desejo que tinha de assistir a um jogo nesse palco.

Também não esqueço quando fez questão de me levar ao velhinho Estádio da Luz em 2003 para conhecer esse mítico recinto poucas antes da sua demolição integral, numa ocasião em que acrescentei os autógrafos de Manuel Bento, Simão Sabrosa, Tiago, Zahovic, Drulovic, Argel, Moreira, Petit, Jose Antonio Camacho ou Roger.

Também não esqueço as várias idas à Academia do Sporting, em Alcochete, para ver jogos dos futuros craques leoninos (equipa B e juniores), o que permitiu recolher as assinaturas de Cristiano Ronaldo, Pedro Barbosa, Paulo Bento ou Tiago.

Também não esqueço quando no final de 2003 me levou à feira AllFootball, na FIL, num dia em que estive a poucos metros de Eusébio e Pelé e recebi autógrafos de Deco ou Anderson Polga.

Também não esqueço por me ter levado a conhecer praticamente todos os estádios do Euro 2004 e das idas quinzenais ao Estádio Alfredo da Silva, casa do nosso Fabril, durante mais de uma década.

E por último, não esqueço quando mentiu ao segurança, afirmando que eu tinha seis anos em vez dos reais dez, para eu poder assistir, no Estádio Nacional, à final da Taça de Portugal de 2001-02.

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