A minha primeira memória de… um jogo entre Real Madrid e Valência

Ricardo Costa vigiou de perto Cristiano Ronaldo

O Valência viveu o seu período áureo no início do século XXI, com duas presenças em finais da Liga dos Campeões (1999-00 e 2000-01), dois títulos de campeão espanhol (2001-02 e 2003-04) e a conquista de uma Taça UEFA (2003-04), mas confesso não me recordar de nenhum jogo entre os valencianos e o Real Madrid nessa fase – nem a final da Champions que opôs os dois clubes, em 2000, por ainda não acompanhar futebol internacional nessa altura.

 

É, por isso, necessário avançar até 8 de abril de 2012 para encontrar o primeiro encontro entre merengues e che de que me recordo. Na altura, eu seguia muito o campeonato espanhol em geral e o Real Madrid em particular, uma vez que o conjunto da capital tinha José Mourinho como treinador, Cristiano Ronaldo como grande figura e ainda Pepe, Ricardo Carvalho e Fábio Coentrão no plantel.

 

À partida para a partida da 31.ª jornada de La Liga, o Real Madrid liderava o campeonato com mais três pontos do que o Barcelona de Pep Guardiola, que já tinha jogado nessa ronda, e uma vantagem de 30 pontos sobre o 3.º classificado, precisamente o Valência, então orientado por Unai Emery e que contava no plantel com os portugueses Miguel e Ricardo Costa.

 

Por falar em Ricardo Costa, o antigo defesa do FC Porto foi lançado em campo como lateral direito, com a missão bem definida de travar o compatriota Cristiano Ronaldo – missão essa que viria a ser alcançada com distinção, diga-se. CR7 e toda a equipa do Real Madrid ficaram em branco.

 

Nas principais situações de perigo do encontro, Cristiano Ronaldo acertou no poste aos sete minutos e Ricardo Costa respondeu na mesma moeda aos 25’. Mas não foram apenas os ferros a impedir golos. O guarda-redes do Valência, Vicente Guaita, esteve intransponível, travando as tentativas de Ronaldo (46’), Di María (77’) e Benzema (78’ e 90+3’).

 

Numa crónica redigida para este blogue, enalteci o “excelente encontro de futebol entre duas equipas de topo de Espanha”. “O conjunto orientado por José Mourinho assumiu o jogo, teve sempre mais posse de bola”, mas teve sentiu dificuldades em construir face à pressão exercida sobre o duplo pivot composto por Khedira e Xabi Alonso. Ainda assim, salientei que “os comandados por Unai Emery também não se limitaram a fechar os caminhos para a sua baliza”, tendo atacado “bastante, sobretudo através de transições rápidas” e disposto de “bastantes possibilidades para causar surpresa no Bernabéu”.

 

Individualmente destaque a ineficácia de Cristiano Ronaldo, que não marcou apesar de ter rematado por dez vezes, um Guaita “gigante entre os postes”, um Jordi Alba que deu profundidade ao flanco esquerdo dos valencianos e que mostrou “porque razão é um dos melhores laterais-esquerdos da Liga Espanhola” e um Tino Costa “muito forte a recuperar a bola”.