sexta-feira, 9 de agosto de 2019

A minha primeira memória de... um jogo entre FC Porto e Gil Vicente

Drulovic e Sérgio Lomba num jogo entre dragões e gilistas
Por muito estranho que possa parecer, não assisti ao primeiro jogo entre FC Porto e Gil Vicente de que tenho memória. Isto porque, à mesma hora, o encontro que estava a ser transmitido em sinal aberto era entre o Salgueiros e o Sporting, no Estádio Vidal Pinheiro, com os leões a sagrarem-se campeões nacionais 17 anos depois em caso de vitória.


Para a última jornada do campeonato de 1999-00, os verde e brancos de Augusto Inácio partiam com um ponto de vantagem sobre o FC Porto, que tinha ganhado alguma esperança no título na ronda anterior devido ao desaire do Sporting em Alvalade diante do rival Benfica.

Por ambos os possíveis campeões jogarem em terrenos difíceis, o título estava em aberto. E assim continuou durante toda a primeira parte. Em Paranhos, Salgueiros e Sporting iam para intervalo empatados a zero. Em Barcelos, o Gil Vicente de Álvaro Magalhães inaugurou o marcador aos 42 minutos por Lemos, que cabeceou para o fundo das redes de Hilário na resposta a um canto de Ricardo Nascimento.




Se ainda assim não estava perdido para os portistas, o demolidor início de segunda parte dos leões depressa sentenciou o primeiro lugar. Quando Drulovic restabeleceu a igualdade no Adelino Ribeiro Novo através de um remate colocado e rasteiro, aos 64 minutos, já os verde e brancos venciam por 2-0 na reduto salgueirista.

O título já estava encaminhado para o Sporting e ainda ficou mais. Carlitos fez o 2-1 para o Gil aos 72 minutos, na sequência de uma jogada individual e os leões marcaram por mais duas vezes em Paranhos, confirmando o título que fugia desde 1981-82.

“Fim de um ciclo”, titulava O Jogo no dia seguinte, em alusão ao fim da hegemonia do FC Porto, que se tivesse sido campeão teria assegurado o hexacampeonato.

“O treinador do FC Porto [Fernando Santos], que não dependia exclusivamente das movimentações que ia fazendo com as pedras do seu lado do tabuleiro, saiu duplamente derrotado. Porque o seu exército não foi sequer capaz de ultrapassar as suas próprias debilidades, mesmo que, na última etapa, tenha tido à sua frente um conjunto de galos de crista imponente, que confirmaram o estatuto de sensação maior na sua própria batalha. Para trás ficou um surpreendente ciclo de vitórias, batalhas ganhas durante cinco anos a fio, nos quais foram espetando lanças em quem oferecia o mínimo de resistência”, podia ler-se na crónica do diário desportivo.  


















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