quinta-feira, 11 de julho de 2019

Nakajima mais incisivo mas menos fantasista do que Brahimi

Japonês Shoya Nakajima assinou pelo FC Porto até junho de 2024
Muito se podia falar da transferência de Shoya Nakajima do Al Dhail para o FC Porto por 12 milhões de euros, um terço do valor que o clube do Qatar pagou pelo japonês ao Portimonense... cinco meses antes. Nenhum carro ou eletrodoméstico terão desvalorizado tanto num tão curto espaço de tempo nem há memória de uma perda de valor tão acentuada de um jogador em menos de meio ano no mercado de transferências, mas foquemo-nos no aspeto desportivo.


E desportivamente, é inevitável falar do nipónico de 24 anos como sucessor natural de Yacine Brahimi, que terminou contrato com os dragões a 30 de junho. Ambos são destros, jogam preferencialmente a partir da ala esquerda do ataque em diagonais para zonas interiores e, cada um à sua maneira, são tecnicamente muito evoluídos. Mase se os perfis de ambos têm semelhanças, também há diferenças a assinalar.

Em primeiro lugar, antes de chegar ao Dragão o argelino já tinha mostrado o que valia em contextos competitivos elevados como o campeonato francês e o espanhol e o Mundial 2014. Já Nakajima deixou água na boca pelos seus desempenhos muito conseguidos no Portimonense e que aguçaram a curiosidade em vê-lo num nível superior, onde aparentemente tinha tudo para estar – mas como bem sabemos, por vezes as aparências iludem...

Seja como for, Nakajima é menos vocacionado para o drible do que Brahimi, que no último terço não pensa duas vezes antes de ir para cima dos defesas, mas pelo que tem mostrado é mais inteligente e incisivo. Quando entra nos últimos 30 metros, o nipónico sabe desenvencilhar-se bem em situações de aperto, sob pressão, em espaços curtos, mas o que mais o distingue é a forma mais objetiva como encara o jogo, procurando sempre colocar a equipa mais perto da baliza adversário, mais perto do golo.


Fazer a equipa progredir ou se possível isolar um avançado ou até mesmo rematar à baliza é o intuito do extremo asiático, 13 vezes internacional pelo seu país. E para tal não utiliza apenas uma boa qualidade de passe, mas sobretudo a capacidade para assimilar as movimentações típicas dos companheiros e compreender o que se passa à sua volta no interior do terreno de jogo.

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