sábado, 13 de abril de 2019

A minha primeira memória de... um jogo entre Benfica e Vitória FC

Sadino Paulo Ferreira e benfiquista Mantorras lutam pela bola
Recordar o primeiro jogo entre Benfica e Vitória de Setúbal é como voltar à infância, a tempos que infelizmente não se repetirão. Lembro-me que estava de férias com os meus pais em Lagos e que um tio emigrado em França e o seu filho francês mas benfiquista apaixonado como poucos tinham ido ao antigo Estádio da Luz assistir ao encontro. O campeonato estava no início, na 3.ª jornada, e o encontro foi disputado no final de uma tarde de verão, a 25 de agosto de 2001.


O Vitória, orientado por Jorge Jesus, tinha acabado de regressar à I Liga após um ano no segundo escalão. O Benfica, por sua vez, vinha de um péssimo sexto lugar mas tinha promovido uma revolução no plantel naquele que era o primeiro defeso de Manuel Vilarinho e... Luís Filipe Vieira. Os defesas Argel (ex-Palmeiras e FC Porto), Júlio César (ex-Real Madrid e AC Milan), Cabral (ex-Belenenses), Pesaresi (emprestado pela Lazio) e Caneira (emprestado pelo Reggina), os médios Zahovic (ex-Valencia e FC Porto) e Andersson (internacional sueco e ex-Aalborg) e os atacantes Simão (ex-Barcelona e Sporting), Mantorras (ex-Alverca), Drulovic (ex-FC Porto) e Sokota (ex-Dínamo Zagreb) eram algumas das caras novas à disposição de Toni.

Apesar da proveniência dos vários reforços, era talvez o que vinha de um clube menos sonante o que custou mais. Sim, falo de Pedro Mantorras, que custou cinco milhões de euros e assinou nessa tarde de verão aquela que terá sido, muito provavelmente, a melhor exibição da carreira.



Ainda assim, os primeiros a marcar foram os sadinos, por Marco Ferreira (22 minutos), através de um remate do meio da rua que surpreendeu Enke.

O Benfica não demorou a reagir, tendo empatado aos 31' por Mantorras, a passe de Drulovic. O avançado internacional angolano chegaria ao bis seis minutos depois, a meias com Hugo Costa, após desviar de cabeça um livre lateral apontado por Zahovic. E já no segundo tempo, o momento que motivou (mais) comparações com Eusébio: um fantástico golo de livre direto que deixou Marco Tábuas – que assinou belíssima exibição apesar dos três golos sofridos - pregado ao solo, a fazer lembrar o King (69').

Já no final da partida, o avançado brasileiro Hugo Henrique reduziu para os setubalenses, a passe do recém-entrado Jorginho (87'), numa fase em que os visitantes já jogavam reduzidos a dez devido à expulsão de Eliseu - minutos depois Costa haveria de ver o cartão vermelho que deixou o Vitória a jogar o tempo de compensação com apenas nove unidades.


"Magia africana voltou. Uma tarde memorável de Pedro Mantorras deixou a nação benfiquista em êxtase. O jovem avançado mostrou mais uma vez ser quase... imparável. Como conseguirá o Benfica (e o futebol português) segurar este diamante?”, resumiu o jornal O Jogo no título e na entrada da crónica referente à partida.






























E para o caro leitor, qual foi o primeiro clássico entre Benfica e Vitória de Setúbal de que tem memória? E quais foram os melhores e mais marcantes clássicos de sempre entre as duas equipas?

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