sábado, 16 de março de 2019

As minhas primeiras memórias de… dérbis entre Inter e AC Milan

Córdoba e Shevchenko disputaram lance que sentenciou eliminatória
A época de 2002/03 não foi particularmente feliz para os clubes portugueses na Liga dos Campeões. Tanto o Sporting, na condição de campeão nacional, como Boavista, enquanto segundo classificado do campeonato da temporada anterior, não foram além da terceira pré-eliminatória, onde caíram aos pés dos italianos do Inter de Milão e dos franceses do Auxerre, respetivamente.

Assim sendo, a RTP, que tinha o direito de transmitir um jogo por jornada, virou agulhas para os dois principais futebolistas portugueses daquela altura: Luís Figo do Real Madrid e Rui Costa do AC Milan.


Mas o Real Madrid não era só Figo. Era Zidane, Ronaldo, Raúl e Roberto Carlos, entre outros. E o AC Milan tão pouco era só Rui Costa. Também era Nesta, Maldini, Pirlo, Seedorf, Inzaghi e Shevchenko. Ou seja, era caso para dizer que há males que vêm por bem.

Os dois colossos europeus, que até se cruzaram na segunda fase de grupos, confirmaram o favoritismo ao chegar às meias-finais. Enquanto o Real Madrid discutia o acesso à final de Old Trafford com a Juventus, o AC Milan lutava pelo regresso ao jogo decisivo frente ao rival Inter de Milão. Que é como quem diz: dois encontros escaldantes no espaço de uma semana em San Siro.

Na primeira mão, os rossoneri jogaram na condição de visitado e tiveram Rui Costa no onze. Do outro lado, também um português titular: Sérgio Conceição. Para fazer jus ao preconceito associado ao futebol italiano, o resultado foi 0-0, embora o AC Milan tenha estado mais perto de levar a vitória. Valeu aos nerazzurri Francesco Toldo, um dos primeiros grandes guarda-redes que admirei.


No segundo encontro, os internacionais portugueses repetiram a titularidade. E voltou a haver um empate, mas a um golo, o que apurou a formação de Carlo Ancelotti e Rui Costa para a final com a Juventus.

Os rossoneri confirmaram as boas indicações dadas uma semana antes no mesmo palco e inauguraram o marcador no final da primeira parte, por Shevchenko, que recebeu a bola de Seedorf e contornou Córdoba antes de bater Toldo.

Os nerazzurri estavam obrigados a marcar por duas vezes, mas só o conseguiram fazer por duas vezes e já nos minutos finais, por intermédio do supersónico avançado nigeriano Obafemi Martins (83’), que gostava de festejar os golos com saltos mortais.









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