Flamengo é defendido por uma muralha chamada Diego Alves

Diego Alves é o dono da baliza do Flamengo desde o verão de 2017

Aos 33 anos, é difícil entender como Diego Alves já não pertence ao futebol europeu. Depois de dez temporadas em Espanha, seis dos quais no Valência e quase todas no papel de titular, custa a crer que esteja já refugiado na pátria-mãe, embora tenha escolhido um dos maiores clubes do Brasil, o Flamengo, onde vai brilhando.

Se quando defendia as redes do emblema valenciano já aparentava ser um goleiro para outros voos e uma séria opção para a baliza do escrete, tendo estabelecido o recorde de penáltis defendido na liga espanhola de sempre (22) e numa só época (seis em 2016/17, na despedida), agora dá que pensar o quão útil ainda seria a alguns clubes conceituados do velho continente.

Depois de ter sido praticamente dispensado do Valência, este canhoto talvez tenha procurado a felicidade perto de casa em detrimento de prosseguir a carreira ao mais alto nível, mas a verdade é que continua a mostrar entre os postes do mengão que é um grande guarda-redes.

Não sendo dos mais altos (1,87 m) ou dos mais vocacionados a jogar com os pés, Diego Alves é uma autêntica muralha a cobrir os quase 18 metros quadrados de uma baliza. Dotado de reflexos apuradíssimos, revela-os nas situações mais complicadas: remates fortíssimos de longe, à queima-roupa ou com a bola ainda a ressaltar no relvado. Impressionante como quase instintivamente se atira felinamente em direção do esférico e o consegue intercetar, como se tivesse o poder de parar o tempo, agigantando-se aos atacantes adversários.

Apesar da idade e de já ter deixado a Europa há cerca de dois anos, não baixou o nível. Continua a colocar um travão na euforia dos que já gritam golo – que o digam recentemente os bolivianos do San José - e na angústia dos que julgam que já o sofreram. É daqueles que está acima da média, que defende o que está ao alcance de poucos e que, contas feitas, salva eliminatórias e garante mais alguns pontos no final dos campeonatos. 10 internacionalizações, zero presenças em Copas do Mundo, nenhum contrato com um colosso europeu e um regresso ao Brasil aos 31 anos sabem a pouco.