sábado, 9 de fevereiro de 2019

Rúben Semedo no Rio Ave à procura da reabilitação

Rúben Semedo vai vestir de verde e branco no Rio Ave
Não é fácil descrever Rúben Semedo enquanto defesa-central. Uns dirão que é um futebolista ágil, rápido, com boa impulsão e capacidade para sair a jogar, vaticinando-lhe, pelo menos até à transferência para o Villarreal no verão de 2017, a titularidade da seleção nacional nos próximos anos. Outros lhe apontarão críticas, pela frequência com que lhe pára o cérebro – algo também notório na vida dele para lá das quatro linhas. E, em minha opinião, ambos estão corretos.

Por um lado, soma cortes providenciais, exibe uma agilidade acima da média pela forma como estica as pernas, como se de tentáculos se tratem, para interromper ataques adversários, e mostra a sua força no jogo aéreo e na saída de bola.

Por outro, é impossível esquecer as distrações que colocaram com os sportinguistas de coração aos saltos no ano e meio que jogou regularmente de leão ao peito, tendo em conta que Rúben Semedo, sendo central, é muitas vezes o penúltimo homem. Talvez por assim ser, Jorge Jesus chegou a adaptá-lo a médio durante a pré-época de 2015/16, para que os erros dele não se revelem tão decisivos.

Tem todas as qualidades de um central de equipa grande, um potencial enorme, mas falha pela incapacidade de se manter concentrado durante 90 minutos, sobretudo em jogos em que o grau de dificuldade é teoricamente menos elevado.


É uma autêntica faca de dois gumes. Pode fazer a diferença pela positiva, valendo pontos à sua equipa pelo talento natural que tem na arte de defender. Ou então, custar derrotas ou empates pelas paragens cerebrais em zonas proibidas.

Depois de uma aventura pouco conseguida no Villarreal, com uma estadia na prisão pelo meio, acabou por desperdiçar a oportunidade de se reabilitar no empréstimo ao Huesca, modesta equipa que esta temporada participa pela primeira vez na liga espanhola. Após 12 jogos pelos azulgranas na primeira metade época, volta agora a ser cedido, desta vez ao Rio Ave. De regresso a Portugal e numa formação que pratica futebol atrativo e ocupa normalmente nos primeiros dez lugares da tabela classificativa, poderá ter uma derradeira oportunidade para mostrar que ainda tem algo para dar ao futebol, aos 24 anos.
















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