quinta-feira, 8 de novembro de 2018

Óliver Torres. Quem o viu e quem o vê

Óliver Torres começa a justificar os 20 milhões que custou 

Elegi Óliver Torres como um dos flops da I Liga na época passada e não me arrependo. Tudo dava a entender para que o médio espanhol fosse um elemento central na manobra ofensiva da formação orientada por Sérgio Conceição, com a missão de ligar setores e corredores, e uma peça nuclear para a pressão alta do bloco portista. Porém, não mostrou pedalada para as funções e não conseguiu colocar a sua indiscutível qualidade técnica ao serviço do coletivo, ao ponto de ter perdido rapidamente a titularidade para Herrera e não ter sequer chegado aos mil minutos no campeonato.


Esta temporada, porém, surgiu um novo Óliver: mais intenso, rotativo, concentrado, mais capaz de gerir os ritmos do jogo com bola e a tomar as melhores decisões. Amadureceu nesses aspetos e a qualidade técnica tem vindo ao de cima, no passe e no transporte de bola. Também está a correr mais, a participar mais no momento defensivo, e as atentas bancadas do Dragão revelaram estar atentas, ao dirigir-lhe uma enorme ovação aquando da saída de campo na vitória de terça-feira sobre o Lokomotiv (4-1).

Numa posição ligeiramente nova, tem jogado como segundo médio, muitas das vezes em linha com Danilo Pereira e até mesmo mais recuado, como quando baixa até entre os centrais para iniciar a construção de jogo. Depois, numa fase mais adiantada dos ataques, procura oferecer sempre uma linha de passe aos companheiros e aparecer no último terço a chegar desequilíbrios. Bem diferente das funções que tinha no 4x3x3 de Julen Lopetegui, em que atuava como médio interior esquerdo ou a extremo, o no 4x1x3x2 de Nuno Espírito Santo e dos primeiros tempos de Sérgio Conceição, em que aparecia como médio ofensivo.

Hoje, o centrocampista de 23 anos sabe melhor o que fazer, quando fazer, onde fazer e a que ritmo fazer, e deve-o ao toque de midas do técnico portista, que também deu novas vidas a Herrera, Brahimi, Aboubakar e Marega na época passada e está igualmente a revelar-se importante para Corona, que tem recuperado a confiança e a alegria de jogar.










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