Carlos Neves continua no Banheirense |
Garantida a continuidade no
primeiro escalão da AF Setúbal, a direção renovou com Carlos Neves, treinador
que em 2017/18 guiou a equipa nos últimos terços do campeonato. Este por sua
vez, pôs mãos à obra, promovendo uma autêntica revolução no plantel, que no
espaço de oito meses manteve apenas quatro jogadores.
O goleador Djá (ex-FC Setúbal),
os irmãos Sousa e Zé Martins (ex-Alfarim) e Besugo (ex-O Grandolense) são os
reforços mais sonantes da equipa da Baixa da Banheira, que promete encarar o
campeonato com os pés assentes no chão.
“No ano passado conseguimos a tão
desejada manutenção. Depois de acertarmos a renovação, pus mãos à obra e fui
buscar jogadores da minha confiança, que têm qualidades para a I Distrital e se
calhar até para mais. Fiquei muito satisfeito atendendo às condições que há,
que são as de 95 por cento dos clubes dos distritais, que é não pagar nada.
Consegui fazer um plantel que me satisfaz plenamente para cumprir o objetivo.
Claro que a manutenção vai se calhar do penúltimo lugar até ao primeiro, mas
vamos pensar jogo a jogo, desfrutar da qualidade do plantel e fazer uma época
de qualidade”, começou por pespetivar o treinador Carlos Neves, em conversa com
O Blog do David.
Duas vitórias em outros tantos jogos
O técnico de 39 anos assume que o
plantel foi “todo escolhido a dedo” e que lhe “oferece garantias e confiança”,
mas que “ainda falta muito” para o clube poder “almejar objetivos mais
ambiciosos” que a permanência. A qualidade da equipa já se fez notar nas duas
primeiras jornadas da fase de grupos da Taça AF Setúbal, com vitórias por 2-0
sobre FC Setúbal (casa) e Trafaria (fora), num cenário contrastante com o da
época anterior.
“No ano passado, o Banheirense
fez apenas um ponto em quatro jogos na Taça e eu cheguei à 10.ª jornada e a
primeira vitória da época foi ao 16.º jogo entre todas as competições. Perdemos
os dois primeiros jogos, frente a Barreirense (0-3) e Amora (1-4), mas depois
ganhámos ao Alfarim (1-0). Este ano a vitória surgiu no primeiro jogo e isso é
um fator de crescimento que queremos sustentar, mas com os pés assentes no
chão”, frisou o antigo treinador de Paio Pires, O Grandolense, “Os Pelezinhos”
e União de Santiago, entre outros.
Com pouco mais de um mês de
trabalho já decorrido, Carlos Neves considera que a “assimilação das ideias
está a 60 ou a 70 por cento” e acredita que ele e a sua equipa técnica vão “tirar
ainda mais partido do plantel”, até porque “grande parte dos jogadores trabalha
por turnos e se não fosse assim talvez não estariam nesta divisão mas sim numa
divisão acima”. “Todos os jogos são difíceis, mas vamos tentar torna-los menos
difíceis”, acrescentou, ainda sem saber quando o Banheirense vai deixar o
Municipal do Vale da Amoreira para se instalar no Complexo Desportivo da Baixa
da Banheira, cuja inauguração deverá acontecer ainda durante esta temporada.
Vitória na secretaria desvalorizada
O Banheirense garantiu a
permanência na época passada somente na última jornada, tendo terminado o
campeonato com apenas um ponto do que o Almada, a única formação despromovida à
II Distrital. Dos 21 pontos somados pelo conjunto da Baixa da Banheira, três
foram obtidos na secretaria, devido à utilização irregular de um jogador do
Fabril no duelo da segunda volta entre as duas equipas, que os do Lavradio
tinham vencido em campo por 2-0.
Jogadores do Banheirense têm tido razões para festejar |
“Subida? Favoritos são Barreirense e Fabril”
Se o objetivo do Banheirense é a
permanência, o principal aliciante do campeonato da I Distrital, que arranca a
21 de outubro, é a conquista do título e a consequente subida de divisão. A
corrida pelas faixas de campeão e pela ascensão aos nacionais, acredita Carlos
Neves, será a dois: “No ano passado era Amora, Barreirense e Fabril, acabou por
pender para o lado do Amora. Como não desceu ninguém dos nacionais, os
favoritos são Barreirense e Fabril.”
No entanto, avisa o treinador do
Banheirense, as duas formações do Barreiro não se podem distrair. “Pode ser que
haja algum outsider, como o FC Setúbal no início da época passada, mas esses
são os crónicos favoritos. Poderão aparecer três ou quatro outsiders, mas não
pensamos em ser um deles. O nosso distrital é muito forte, com jogadores de
qualidade e equipas bem apetrechadas. Vão haver muitas equipas a fazer frente e
a roubar pontos”, vaticinou.
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