O Grêmio tem uma voz de comando e chama-se Maicon

Maicon é capitão e patrão do meio-campo do tricolor gaúcho

Se Maicon tivesse 23 anos em vez de 33, diria que era um dos jogadores do Brasileirão prestes a dar o salto para o futebol europeu. Assim, resta-me apreciar a qualidade do capitão e volante do Grêmio.

O experiente médio é a voz de comando do time de Renato Gaúcho, aliando uma grande capacidade para tomar decisões com qualidade de execução. No estilo (quase sempre) apoiado do tricolor gaúcho, é rara a jogada de ataque que não passa pelos pés dele, que está no clube desde o início de 2015.

No início do processo ofensivo, logo na primeira fase de construção, Maicon mostra-se aos defesas para receber a bola e dar seguimento à progressão no terreno, revelando perspicácia, visão de jogo e inteligência na escolha da melhor solução de passe, colocando a bola num companheiro livre de marcação a qualquer distância. Por ter essa qualidade de passe curto e longo, consegue retirar o esférico de uma zona congestionada e variar o centro do jogo, entregando-a redondinha ao lateral ou ao extremo mais distante, funcionando como uma placa giratória na zona medular e fazendo com que a equipa tenha espaço para subir no terreno.

Essas características acabam por fazer dele o verdadeiro organizador de jogo do Grêmio, uma vez que no habitual onze titular não há um verdadeiro ‘10’ – Luan, que muitas das vezes atua nas costas do ponta de lança, é mais um segundo avançado.

A organização que incute ao futebol gremista não se resume ao que faz quando tem a bola nos pés. Quando não a tem, assume a capitania, procura posicionar-se para dar uma linha de passe ao portador da bola e corrige posicionamentos dos companheiros e equilibra a equipa defensivamente colocando-se de forma a reduzir o espaço aos adversários, criar superioridade numérica e tapar buracos.

É uma pena que tenha resumido a sua passagem pelo futebol europeu em pouco mais de 20 jogos no modesto Duisburgo, da Alemanha, entre 2007 e 2009. Com o que vejo hoje, se Maicon tivesse 23 e não 33 anos, diria que tem futebol para muito mais.