Gelson Martins assinou pelo Atlético Madrid até 2023 |
Gelson Martins era,
indubitavelmente, o jogador mais desequilibrador deste Sporting. A sua
qualidade individual servia para ultrapassar e contornar defesas, abrindo
espaços e caminhos para a baliza adversária, dando um plus ao ataque leonino.
O extremo de 23 anos tinha, como
nenhum outro no plantel de Jorge
Jesus, um vasto reportório de fintas, contrastando com as características
de Acuña – com quem partilhava a titularidade -, que recorria ao drible a
partir do corredor esquerdo.
Contudo, ao contrário do
argentino, que tem como principais armas a assertividade e a qualidade nos
cruzamentos, o internacional português sempre se mostrou muito verde na
definição dos lances. Embora tenha crescido gradualmente nesse aspeto, vai
continuando aquém da eficiência exigida. É comum, depois de tirar um oponente
do caminho, perder algum tempo ou voltar para trás, permitindo o
reposicionamento do defensor. Ou então, na hora H de último passe ou remate,
acabar por decidir a opção mais errada.
Agora, depois de rescindir unilateralmente
com o Sporting na sequência dos incidentes na Academia de Alcochete, a 15 de
maio, e de um Campeonato do Mundo que para ele se resumiu a pouco mais de meia
hora em campo no jogo com Marrocos, assinou contrato válido por cinco
temporadas pelo Atlético Madrid.
Acredito que encaixe bem no futebol
de Diego Simeone em termos defensivos, pois em Alvalade sempre se mostrou
muito comprometido na hora de defender, algo que o treinador argentino muito
aprecia. Quando for preciso correr para trás, contem com ele, que vai
acompanhar o lateral contrário e ajudar a fechar o flanco.
No entanto, uma das grandes
dúvidas em relação à sua adaptação ao cholismo dos colchoneros reside na hora de
atacar. O
Atleti não faz muita questão de ter a
posse de bola durante largos períodos, preferindo em muitos jogos entrega-la à
outra equipa e esperar pelo erro do adversário para depois feri-lo. Esse estilo
assertivo exige muita eficácia na definição dos lances por parte das unidades
ofensivas, e essa é precisamente uma das lacunas do agora ex-jogador do
Sporting.
Se por um lado poderá integrar
uma equipa cujo estilo não o favorece, por outro poderá ser a escolha ideal
para conseguir crescer no que lhe falta para atingir um patamar de elite.