Quaresma festejou com Tello a primeira trivela de leão ao peito |
O jogo entre
Portugal e Irão teve um sabor agridoce para os adeptos da seleção nacional, mas
certamente terá servido de consolo a Ricardo Quaresma o grande golo que
consagrou mundialmente a trivela, o seu típico remate com a parte exterior do
pé direito. Ao cabo de 17 anos a jogar ao mais alto nível e a espalhar magia
pelos relvados internacionais, finalmente o extremo português conseguiu mostrá-la
num palco para o qual estão direcionados os olhos de todo o planeta.
Quando se fala
de Quaresma e de trivelas, a principal memória dos portugueses é a de um golo à
Bélgica no Estádio José Alvalade, durante a qualificação para o Euro 2008, em
março de 2007. Outros recordarão um remate fantástico frente ao Rio Ave, já ao
serviço do FC Porto, em setembro de 2005.
No entanto,
tenho uma lembrança mais antiga, e remonta a 11 de julho 2001, a um particular
entre Sporting e Académica, disputado em Rio Maior e transmitido na RTP 1.
Cerca de um mês depois de ter ficado sem duas das principais figuras do título
de 1999/00, Peter Schmeichel e Beto Acosta, os leões tinham o romeno László
Bölöni como novo treinador, que chamou alguns jovens da formação para a
pré-época. Nesse jogo, o técnico deu a oportunidade a Ricardo Quaresma, então
um menino de 17 anos, lançado no onze que incluía os consagrados Beto, Phil
Babb, Dimas, Paulo Bento e João Pinto. "Quaresma desde cedo chamou a si todas as atenções. Cada vez que a bola ia ter com ele, o perigo rondava a baliza da Académica. Até que aos 15', na esquerda, o "puto" de Alvalade fez um golo genial, num remate cruzado com a bola a entrar no ângulo esquerdo da baliza de Pedro Roma", pode ler-se na peça online do Record alusiva a esse jogo. Foi a primeira vez que vi Quaresma e… um remate daqueles. Absolutamente
fantástico!
Se essa é a
primeira memória de uma trivela de Quaresma, a segunda surge três dias depois,
no jogo de apresentação dos verde e brancos, diante dos alemães do Kaiserslautern,
ainda no velhinho José Alvalade. O então “novo menino bonito dos sportinguistas”,
conforme narrado pelo jornalista da RTP no resumo abaixo exibido, entrou aos 66
minutos para o lugar de Ricardo Sá Pinto e apenas precisou de cinco minutos
para fazer uso da parte exterior do pé para marcar, após tirar o guarda-redes
do caminho.
Na primeira
época pela equipa principal do Sporting, em 2001/02, foi uma das revelações do
campeonato e uma peça importante para a conquista do título, o último da
história do emblema leonino. Mostrou desde logo ser capaz de fazer coisas tão
impressionantes quanto imprevisíveis e ser dotado de um talento raro, mas infelizmente
nunca o conseguiu mostrar nos clubes de top europeu pelos quais atuou,
Barcelona, Inter e Chelsea. Se em Camp Nou ainda chegou a ser apelidado de Harry Potter da Catalunha, mas foi
prejudicado por uma lesão e uma saída precoce, no Giuseppe Meazza e em Stamford
Bridge nem sequer chegou a brilhar. Uma pena que tenha passado ao lado de
uma grande carreira e que o público mundial não tenha tido a oportunidade de conhecer
melhor a sua habilidade.
E para o caro leitor, qual é a primeira memória que tem de Ricardo Quaresma e das suas trivelas? E quais foram os melhores e mais marcantes golos e exibições dele?
Espetacular.
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