sábado, 10 de fevereiro de 2018

Tondela sem craques mas longe de sobressaltos

Tondela está na terceira temporada seguida na I Liga
Com 25 pontos somados ao cabo de 22 jornadas, o Tondela tem feito praticamente todo o campeonato afastado da zona de despromoção, conseguindo sempre ter uma almofada pontual que permite entrar em campo a cada fim-de-semana de uma forma mais tranquila.

É certo que ainda é cedo para se fazer balanços. A permanência ainda não é um dado adquirido, mas é de louvar o trabalho efetuado por Pepa com as armas que têm à disposição. Com um plantel sem craques ou elementos com potencial para serem jogadores de equipa grande – Osorio era exceção, mas rumou ao FC Porto no mercado de inverno -, é um dos conjuntos que mais tem vivido acima das suas possibilidades, classificativamente falando.


Olhar para a formação beirã é olhar para um verdadeiro coletivo, sem vedetas e espremido ao máximo, em que todos correm tão ou mais depressa para trás do que para a frente. Sem laterais de grande pendor ofensivo, médios com qualidade na construção de jogo – mas que têm enorme capacidade de trabalho – atacantes capazes de decidir uma partida através de um rasgo individual ou um ponta de lança exímio na finalização, vive-se essencialmente da organização, da eficácia na definição dos lances, do pragmatismo, da consolidação de movimentos ofensivos, das zonas e momentos de pressão escolhidos a dedo, da solidariedade e generosidade de todos, da harmonia, da velocíssima reação à perda da bola e do posicionamento assertivo.

O Tondela até nem está no lote de equipas menos batidas da I Liga – 34 golos sofridos -, mas não é fácil marcar-lhe. Com jogadores fortes nos duelos no quarteto defensivo, um duplo pivot de trabalho no meio-campo integrados num coletivo muito organizado, é realmente necessário ser-se bem mais rápido, saltar bem alto, imprimir uma grande dinâmica e desviar ao máximo a bola do grande guarda-redes que Cláudio Ramos é.

Também nos momentos ofensivos, a força do coletivo é bem maior do que a soma das partes. O médio ofensivo Pedro Nuno não é um maestro mas define bem, os extremos Miguel Cardoso e Tyler Boyd (ou Murilo) não serpenteiam nem desequilibram através do drible mas trocam muitas vezes de flanco entre eles para confundir as marcações e sabem bem onde colocar a bola, e o avançado Tomané não um é matador mas aparece nos flancos, arrasta os centrais consigo e serve bem os companheiros que o substituem na zona de finalização.






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