segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Que jogador Isco se tornou!

Isco tornou-se um dos mais importantes jogadores do Real
Após três anos na sombra do trio BBC (Benzema, Bale e Cristiano), Isco ganhou algum espaço no onze do Real Madrid durante a época passada, devido à lesão do galês e à gestão criteriosa da condição física do português, aproveitando para mostrar todo o seu valor.

Contudo, nem o espaço foi aberto somente ao espanhol – também a James Rodríguez, que teve um aproveitamento bem mais baixo – nem este Isco é o mesmo que os merengues contrataram ao Málaga por 30 milhões de euros, no verão de 2013. Na altura, já mostrava tratar-se de um grande talento - o que até lhe valeu o prémio de Golden Boy em 2012 -, mas ainda não era este extraordinário futebolista e não exibia esta chama. Até a defender tem sido bastante útil, ao contribuir para uma eficaz pressão alta.


Além de ter evoluído como executante, desenvolveu a capacidade e a velocidade de ler o jogo, vertente na qual já é um dos melhores do futebol atual. Mesmo com escassos milésimos de segundo para pensar, em jogos de alta intensidade – como os dois primeiros desta época, diante de Manchester United e Barcelona – e sob a pressão asfixiante da equipa adversária, consegue tomar as melhores decisões. Não apenas boas decisões. Repito: as melhores.

Provavelmente o jogador do plantel mais parecido com o que Zidane era, Isco tem revelado uma enorme capacidade de atrair os adversários – fazendo jus ao nome – e depois deixar a bola no espaço que ficou destapado. O autogolo de Piqué no recente clássico de Camp Nou, a contar para a Supertaça Espanhola, nasceu assim: o malaguenho arrastou Busquets e Aleix Vidal antes de desmarcar Marcelo pela esquerda.


O n.º 22 merengue é daqueles que sabe quando tem de aumentar o ritmo, contemporizar quando é preciso diminuir a intensidade, descongestionar em situações de aperto e em quem e em que momento deve entregar a bola no espaço e no pé, antecipando a preparação da ação do companheiro em quem deixou o esférico. Tem uma visão de jogo periférica e uma tomada de decisão que impressiona na bancada ou através da televisão, mas que na realidade se expressa com uma bola nos pés e ao nível do relvado, onde tudo é bem mais difícil de vislumbrar. Não obstante, é um fantasista, um excelente driblador.

Os pés do internacional espanhol já são local de passagem obrigatória em cada ataque do Real Madrid, que nos primeiros encontros de 2017/18 apareceu moldado precisamente a Isco, com um 4x4x2 losango que permite extrair o máximo do jogador, na zona onde ele rende mais: o centro do terreno.

Se a introdução e potenciação de Casemiro com o intuito de equilibrar a equipa foi a primeira grande obra tática de Zinédine Zidane no comando dos blanco, o aumento da preponderância do médio recrutado ao Málaga é a segunda grande experiência bem-sucedida do laboratório do treinador francês. Não há BBC que resista. Com o jogador em que Isco se tornou, é ele e mais dez.






2 comentários:

  1. Excerto de artigo escrito a 18 de fevereiro de 2013 aqui neste blogue a 18 de fevereiro de 2013, entre uma eliminatória da Liga dos Campeões entre Málaga e FC Porto:

    "Isco, eleito melhor jovem jogador de 2012, portador de grande criatividade e recorte técnico, deverá ter entrada direta no onze, resta saber se numa faixa lateral, procurando sempre fletir para zonas interiores, ou mesmo para as costas do ponta-de-lança."

    https://davidjosepereira.blogspot.pt/2013/02/quem-e-este-malaga.html

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  2. Análise individual a Isco neste mesmo blogue, num Málaga-Borussia Dortmund de 3 de abril de 2013:

    "Isco exibiu o seu fantástico recorte técnico, mostrando maturidade quando opta pelo passe, segurar a bola ou avançar para o drible"

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