terça-feira, 18 de outubro de 2016

A arte do Mr. Selling

Ziggler é o melhor da WWE a vender golpes e momentos
Quando se está a analisar um wrestler, muitas das vezes valoriza-se apenas a espetacularidade dos seus golpes ou da qualidade das promos. Esquece-se de algo fundamental num tipo de espetáculo que é encenado e programado, a capacidade de fazer com que a plateia acredite no que está a ver.

Quando um golpe é aplicado, quem o executa e quem o sofre tem técnicas para amortecer ou anular os danos reais, de forma a parecer bem mais impactante do que na verdade foi. Pouco importa se o move que se está a ver é a última bolacha do pacote quando, quem o sofre, não mostra algum… sofrimento.


Tantas e tantas vezes, numa WWE que se quer como companhia de topo, se vê tão nitidamente wrestlers a colocarem os braços para amortecerem o impacto de uma queda frontal ou de um Superkick. Big Show, por exemplo, é péssimo nisso. Até já caiu de costas num Pedigree. E cair de costas num Pedigree e a seguir sofrer um pin fall é das coisas menos legitimas que podem acontecer no ringue. Também há quem esteja preso em submissões com cara de frete, sem transparecer dor, falta de fôlego ou o desespero de quem está na iminência de desistir.


A essa capacidade de legitimar combates através de expressões corporais e faciais chama-se selling. E no panorama atual, não se encontra alguém melhor a desempenhar essa arte do que Dolph Ziggler.


Felizmente que o boato não se confirmou, e Ziggler vai mesmo continuar na WWE. Poderá não ser o maior, o que tem os golpes mais espetaculares, o que melhor se dá nas promos, mas é aquele que nos faz mais acreditar que o que estamos a ver é verdade, mesmo quando estamos fartos de saber que não o é.





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