quinta-feira, 3 de abril de 2014

Liga Europa | Basileia 3-0 Valencia

Basileia com pé e meio nas ‘meias’


uefa.com
Esta noite, no Saint Jakob Park, em Basileia, o Basileia derrotou o Valencia por 3-0, na primeira-mão dos quartos-de-final da Liga Europa. Matías Delgado (2) e Stocker apontaram os golos.
               

Eis a constituição das equipas:


Basileia


Os helvéticos nunca conseguiram derrotar o Valencia.
O jogo será disputado à porta fechada, devido aos desacatos que os adeptos suíços causaram na 2ª mão dos Oitavos-de-final, em Salzburgo.
Depois de ter ficado em 3º no seu grupo da Liga dos Campeões, atrás de Chelsea e Schalke 04 e à frente do Steaua Bucareste, o Basileia foi repescado para a Liga Europa, onde já eliminaram o Maccabi Telavive e o Red Bull Salzburgo.
O campeonato nacional também tem corrido bem, liderando a tabela classificativa com mais três pontos que o Grasshoppers.
Suchy e Sio estão castigados e Ivanov, Streller, Voser, Safari e Ajeti lesionados.


Valencia


O Valencia já conquistou a Liga Europa, quando esta ainda era denominada Taça das Cidades com Feira (1961/62 e 1962/63) e Taça UEFA (2003/04).
Nesta edição, depois de superarem a fase de grupos, onde defrontaram Swansea City, St. Gallen e Kuban, afastaram Dínamo Kiev e Ludogorets Razgrad na fase a eliminar.
No campeonato espanhol, a prestação tem sido dececionante, ocupando um modesto 9º lugar, a nove pontos da zona europeia.
Os portugueses Rúben Vezo, João Pereira e Ricardo Costa integram o plantel.
Diego Alves, Victor Ruiz, Ricardo Costa e Senderos estão lesionados e Javi Fuego castigado.


Cronómetro:

Mesmo à porta fechada, o Basileia iniciou o jogo exercendo pressão alta.

Ascendente dos helvéticos nos minutos iniciais.

18’ Marcelo Díaz obrigou Guaita a defesa a dois tempos.

24’ Schär apareceu no meio-campo adversário e rematou de muito longe, mas para fora.

25’ Senderos, lesionado, foi substituído por Barragán.

Basileia estava a conseguir dominar o meio-campo, devido à superioridade numérica neste setor. No entanto, faltava um finalizador, para, pelo menos, ser a referência do ataque e ser procurado pelos restantes colegas.

33’ Cruzamento/remate de Feghouli à malha lateral.

34’ Matías Delgado inaugurou o marcador, depois de um passe de Philipp Degen para a entrada da área.


38’ Stocker roubou a bola a João Pereira já no último terço dos helvéticos, e cruzou para o segundo poste onde Matías Delgado carimbou o seu bis.


Ao intervalo, Fabian Frei rendeu Philipp Degen.

55’ Vargas fletiu da esquerda para o meio e rematou de pé direito para defesa de Sommer.

56’ Na sequência de um canto cobrado pela direita, Paco Alcácer cabeceou para fora.

Valencia melhor no segundo tempo, a correr atrás do prejuízo.

58’ Murat Yakin trocou Matías Delgado por El Neny.

Com esta alteração, o Basileia inverteu o triângulo do seu meio-campo, com Serey Die e El Neny no duplo pivot defensivo, e Marcelo Díaz um pouco mais adiantado. Fabian Frei passava a ocupar o eixo do ataque.

59’ Stocker atirou ao lado.

69’ Na resposta a um cruzamento de Fede, Vargas cabeceou ao lado.

70’ Fede cedeu o seu lugar a Piatti.

72’ Saiu Schär, entrou Embolo.

89’ David Degen tentou o chapéu a Guaita, mas saiu ao lado.

90’ Sommer negou o golo a Seydou Keita.

90+1’ Stocker, em lance de contra-ataque, ultrapassou Barragán e fez um chapéu perfeito a Guaita.


Sem mais ocorrências até final, confirmou-se o triunfo do Basileia.


Análise:

Quem pensava que o Basileia, sem adeptos no seu estádio, não conseguisse tirar proveito do “fator casa”, enganou-se. Os helvéticos entraram muito ofensivos, intensos e pressionantes, com o objetivo de levar a questão praticamente resolvida para o Mestalla.
A primeira infelicidade da noite até foi para um suíço, mas a jogar pelo Valencia, o central Senderos, que se lesionou a meio da primeira parte. Sem melhores opções no banco, Pizzi improvisou Barragán no eixo defensivo, e aposta correu mal, tal como correu mal a presença de apenas dois homens no meio-campo (Parejo e Seydou Keita), sempre em inferioridade numérica perante três médios do Basileia.
Sem Streller e Sio, Murat Yakin foi obrigado a lançar Matías Delgado para a posição de ponta-de-lança, embora se tratasse de um médio de origem. Se durante algum tempo parecia que faltava um finalizador à equipa, o argentino provou que tal estava errado, já que em quatro minutos bisou e colocou a sua formação em vantagem com um confortável 2-0.
No segundo tempo os valencianos estiveram melhores, até porque os campeões helvéticos não conseguiram manter o ritmo. No entanto, o conjunto che nunca foi incisivo o suficiente, com bastante desinspiração dos seus atacantes, e o golo não chegou a apareceu.
Com os espanhóis balanceados no ataque, quem aproveitou foi Stocker, já nos descontos, para arrancar pelo meio-campo adversário e culminar a sua progressão com um bonito chapéu a Guaita, estabelecendo o resultado final em 3-0.


Analisando os atletas em campo, começando pelos do Basileia
Sommer funcionou várias vezes como líbero, saindo da sua área para participar na primeira fase de construção, e ainda exibiu reflexos apurados entre os postes;
Philipp Degen fez a assistência para o 1-0; Schär gosta de sair a jogar e fê-lo com alguma frequência, entrando até no meio-campo contrário com a bola dominava, no entanto, foi substituído já nos últimos vinte minutos devido a lesão; Sauro é rápido, forte ano jogo aéreo e ainda dobrou de forma eficiente o seu lateral-esquerdo; e Aliji foi talvez o elemento com um rendimento menos bom no quarteto defensivo, já que foi pelo seu corredor que os valencianos criaram boa parte das suas ocasiões;
Serey Die, Taulant Xhaka (recuou para lateral-direito após a saída de Philipp Degen) e Marcelo Díaz, trio de centro-campistas intenso e com capacidade técnica, dominou a zona intermédia, fruto também da superioridade numérica dos suíços no miolo;
David Degen e Stocker (capitão) jogaram com bastante liberdade, aparecendo um pouco pelas três faixas junto à área adversária, na procura de desequilibrios, tendo o segundo feito o cruzamento para o 2-0 e apontado o 3-0, através de um magnífico chapéu; e Matías Delgado (saiu lesionado na segunda parte) jogou adaptado a ponta-de-lança, devido à ausência de Streller, mas isso não o impediu de bisar, atuando como “falso 9”, fugindo do eixo do ataque para colaborar na construção dos ataques;
Fabian Frei foi lançado para o meio-campo e posteriormente para o eixo do ataque e até para o centro da defesa, e curiosamente foi quando esteve no miolo que o Valencia teve a sua fase de maior ascendente no encontro; El Neny refrescou a zona intermediária; e Embolo (jovem de apenas 17 anos) teve direito a mais alguns minutos na Liga Europa.



Quanto aos jogadores do Valencia
Guaita substituiu o lesionado Diego Alves na baliza che, sem culpa nos golos sofridos;
João Pereira viu o 2-0 nascer numa perda de bola de sua autoria a meio do seu próprio meio-campo; Senderos teve um regresso pouco afortunado ao seu país, já que saiu lesionado a meio da primeira parte; Mathieu, corpulento mas algo lento a reagir, não chegou a tempo para aliviar o cruzamento de Stocker que Matías Delgado transformou no segundo tento dos helvéticos; e Juan Bernat deu profundidade ao seu corredor;
Parejo (homem das bolas paradas) e Seydou Keita, perderam a batalha do meio-campo, naquele que foi sempre um handicap de 2 vs. 3; Feghouli deu verticalidade ao flanco direito, embora lhe fosse faltando alguma velocidade; e Fede teve uma participação discreta no encontro;
Vargas e Paco Alcácer estiveram desinspirados;
Barragán, habitual lateral-direito, foi lançado para o eixo da defesa para suprimir a lesão de Senderos, e a experiência não correu bem, já que os golos do Basileia exatamente após a sua entrada em campo; e Piatti pouco ou nada acrescentou.


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