sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Sorteio? Não, obrigado!


Na sequência de algum descontentamento relativamente às nomeações dos árbitros para determinados jogos, criou-se a ideia de que um sorteio, em detrimento da nomeação, poderia ser a solução.

Diz-se que esta medida poderia trazer mais isenção e transparência ao futebol português. Fico incrédulo.

Partamos da potencial ideia de um sorteio puro, algo que parece posto de parte pela comunidade. Afinal, não se imagina um clássico sem um árbitro internacional, ou um árbitro oriundo de uma categoria inferior apitar uma equipa grande num dos seus primeiros jogos na Liga.

Não havendo um sorteio puro, há um sorteio com condicionantes. E aí, quais seriam os critérios? Árbitros internacionais sempre para os três grandes? Limite de jogos por clube numa época? Intervalo de jornadas sem repetir equipas?

E se assim fosse, quando teriam os não internacionais a oportunidade de apitar em grandes ambientes e adquirir esse tipo de experiência? Sendo sorteio e havendo tais condicionantes, qual seria o cenário para as últimas jornadas, em que por acaso, há um FC Porto – Benfica nesta temporada?

O que fazer para evitar os possíveis erros acima referidos? Introduzir ainda mais condicionantes? Isso seria, no fundo, dar razão às nomeações, que obedecem a critérios, no que concerne ao historial dos juízes com clubes, o pulsar do campeonato e a oportunidade de aqui e ali lançar alguém a realizar um bom trabalho.

Marco Ferreira foi o árbitro do último Benfica – Sporting e realizou um bom trabalho. Já tinha superado com nota positiva o derby de Alvalade em 2012/2013. Não é o nome mais sonante da arbitragem portuguesa, o que poderia lançar algumas dúvidas, mas mostrou enorme competência. Uma boa escolha de Vítor Pereira e companhia, que olharam para o historial dos derbies e dos seus árbitros antes da toma de decisão.

Outra situação que tem merecido contestação é o low-profile concedido a Pedro Proença. Deveria o melhor árbitro do mundo de 2012 e o representante português no Mundial do Brasil ter tido maior protagonismo na primeira volta do campeonato? Há quem diga que sim, e eu entendo, mas também entendo a postura do conselho de arbitragem.

Proença, previsivelmente, irá apitar o FC Porto – Benfica da jornada 30. Quando maio chegar, terá como plano de fundo a sua presença no Mundial, os jogos importantes que apitou na Liga dos Campeões e a frescura de quem não passou por momentos polémicos no presente campeonato. É sem dúvida, com uma imagem forte, que o juiz lisboeta chegará ao Estádio do Dragão.

Ainda assim, convém relembrar os mais esquecidos que PP apitou o Estoril – Sporting, numa jornada em que os leões até perderam a liderança da Liga ZON Sagres.

As nomeações, como se conclui, são escolhas criteriosas, feitas por entidades e pessoas competentes.

Aludindo a uma realidade paralela, pergunto, se passa pela cabeça do público que os convocados para o Mundial, em vez de serem escolhidos por Paulo Bento, fossem sorteados? Mesmo tendo em conta que o sorteio não fosse puro e houvesse condicionantes como o número de jogos realizados ou a equipa que representam, faria sentido?

E se cada onze de Benfica, FC Porto e Sporting pudesse ser sorteado em cada jornada? Os treinadores é que estão lá para escolher os melhores para cada jogo em particular, não é? Os conselhos de arbitragem também.




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