domingo, 14 de julho de 2013

Scolari já escolheu o seu onze

fifa.com
A um ano do início do Campeonato do Mundo de 2014, a realizar no Brasil, Luiz Felipe Scolari parece já ter escolhido a sua equipa-base para a sua caminhada rumo ao ‘hexa’.
                                      
As semelhanças com a chegada Felipão para comandar Portugal no EURO 2004 são algumas: Em primeiro lugar, tomou o controlo de duas seleções que iriam a disputar grandes competições na condição de anfitriãs, e que não foram bem-sucedidas nas suas últimas aventuras. Depois, tratou de unir o povo em redor da equipa nacional e escolher onze-bases pouco sujeitos a alterações, curiosamente ambos dispostos em 4x2x3x1.

Há quem lhe chame persistência, há quem lhe chame teimosia. Existem treinadores com ideias muito vincadas e que gostam de as levar até ao fim, apostando num onze-ideal de forma contínua e declinando para fora da convocatória jogadores de algum nome. Scolari é assim. Já o tinha mostrado quando deixou de fora Romário e Jardel em 2002, Vítor Baía, Sérgio Conceição e João Pinto em 2004, e agora Ramires ou Kaká.

No comando da seleção das quinas, Scolari enfrentou grande parte dos jogos de preparação com estes onze: Ricardo; Paulo Ferreira, Fernando Couto, Jorge Andrade e Rui Jorge; Costinha e Petit; Figo, Rui Costa e Simão; Pauleta. Em cima do risco, convocou o há muito desaparecido das convocatórias Maniche, que entrou direto na equipa por troca por Petit. Depois da derrota com a Grécia, foi a vez de Miguel, Ricardo Carvalho, Nuno Valente e Deco aparecerem, e só na 3ª jornada da fase de grupos do EURO 2004, foi pela primeira vez titular um tal… Cristiano Ronaldo.

Depois de vários insucessos em amigáveis, o técnico brasileiro apostou no seguinte onze diante da França, uma semana antes da Taça das Confederações: Júlio César; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Luiz Gustavo e Paulinho; Hulk, Oscar e Neymar; Fred. O resultado foi uma vitória por 3-0 diante dos gauleses e por isso este conjunto de jogadores foram os titulares em toda a competição, à exceção do encontro diante de Itália em que o lesionado Paulinho cedeu o seu lugar a Hernanes. Os bons resultados continuaram e estes parecem mesmo ser os eleitos para enfrentar a caminhada até ao hexa-campeonato.

Júlio César estava há algum tempo afastado do escrete, e coletivamente a época também não lhe tinha corrido bem, já que o seu clube, o Queens Park Rangers, foi despromovido ao segundo escalão inglês. Uma aposta persistente de Scolari apesar das críticas que propunham outros homens para a baliza.


Sem surpresa, Daniel Alves é o dono do lado direito da defesa, numa altura da sua carreira em que está menos espetacular, menos ofensivo, mas que tudo o que faz, faz bem. No flanco oposto, e apesar de uma temporada marcada por algumas lesões e até excesso de peso, Marcelo assumiu-se como titular e deu vida ao corredor esquerdo.

O eixo defensivo é dos melhores que pode existir na atualidade: Thiago Silva e David Luiz. São dois centrais modernos, ágeis, elegantes e rápidos, sendo o primeiro melhor no desarme, não sentindo tanta necessidade de recorrer à falta, e o segundo mais forte a sair a jogar. Mesmo o suplente Dante não fica nada atrás.

O duplo pivot é constituído pelos volantes Luiz Gustavo e Paulinho. O médio do Bayern é mais posicional, com características mais defensivas, funções de cobertura e noção de ocupação dos espaços. Já o reforço do Tottenham é um box-to-box que tanto ajuda nas tarefas defensivas, como aparece na área adversária, em zona de finalização, sendo dotada de qualidade de passe e remate e qualidade para ligar setores. Em caso de ausência de um ou de outro, avança Hernanes, um organizador de jogo sem espaço na posição “10” devido à presença de Óscar.

Na ala direita, aparece Hulk, um jogador mais maduro do que aquele que vimos atuar no FC Porto. Trabalha mais para o coletivo, não se agarra tanto à bola e fecha o flanco quando necessário em missão defensiva, no entanto, parece ser menos explosivo. Tem conquistado os adeptos brasileiros que tanto reclamavam por Lucas Moura, a alternativa à posição, um médio de ataque que pode jogar no meio ou no flanco, com muita qualidade.

Na esquerda está o novo ídolo dos brasileiros: Neymar. O prodígio sul-americano não só transporta o samba para dentro das quatro linhas com o seu futebol rendilhado como remata muito bem, é inteligente e vai-se mostrando resistente às cargas dos adversários.

Ao meio, Óscar, outro artista, umas vezes com mais brilho que outras, é o playmaker que vai ligando o jogo do escrete e cria situações de último passe/finalização. Ninguém sentiu a falta de Kaká e Ronaldinho…

Como ponta-de-lança, e apesar de não estar ao nível de antecessores, Fred vai dando conta do recado, com golos e bom entendimento com os colegas de ataque, não sendo egoísta e proporcionando também a eles ocasiões para finalizar. Ainda assim, é provável que Leandro Damião, avançado possante que segura bem a bola e remate pronto, apareça na equipa, já que falhou a Taça das Confederações por lesão. parece ser a terceira opção, mas na competição que serviu de ensaio geral para o Mundial 2014, mostrou pontaria afinada.



3 comentários:

  1. finalmente existe organização e maturidade a nesta nova seleção.
    ate a pouco tempo achava que esta seleção nao teria qual quer hipotese no mundial mas apos exibiçoes de posse e de concentraçao posso dizer sem problemas que sao de novo candidatos.
    so acho e que lucas e kaka deviam ter mais minutos para jogar

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    1. Se o Ancelotti recuperar o Kaká nesta época no Real Madrid, ele ficará com as portas da seleção brasileira escancaradas...

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  2. so digo isto porque o kaka tem grande experiencia no fut europeu e podera trazer experiencia a uma seleção que julgo ser jovem demais a nivel de maturidade ( neste caso imaturidade ).

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