Reportagem | “Paciência, dedicação e profissionalismo”

Atleta olímpico, Luís Feiteira, dá receita para o sucesso

Luís Feiteira, 40 anos, natural da Moita, é um dos nomes de maior relevo no desporto da região.

No seu currículo, conta com duas participações nos Jogos Olímpicos, em 1996 e em 2012, algo que classifica como “indescritível”. Na sua primeira presença, em Atlanta, foi 22º na prova dos 1.500m e, mais tarde, em Londres, acabou em 48º na Maratona, concluindo o percurso de 40.000m em 2:19.40 horas. Embora refira as lesões como as principais dificuldades dos seus 22 anos de carreira, não quis comentar o seu hiato de quase duas décadas no maior palco desportivo do planeta.  

Começou com curtas distâncias, mas converteu-se às mais longas, ao longo do seu percurso no atletismo, modalidade pela qual se apaixonou ainda na escola. Tendo como recorde pessoal 2:11.57, obtido na maratona de Praga, em 2009, aponta “paciência, dedicação e profissionalismo” como o que é essencial para se ser uma maratonista de elite.  

Atualmente, treinado por Manuel Matias e possuindo 1,77m e 57kg, Feiteira é modesto nos seus objetivos para o que resta de 2013: “terminar a época sem problemas de maior”. No passado dia 31 de março, foi 31º na meia-maratona de Berkane, em Marrocos, com o tempo final de 1:08.08 horas. O vencedor, o queniano Kennedy Kimutai, concluiu a prova com menos seis minutos e dezasseis segundos que o português.  

Sobre o reconhecimento que (não) tem em Portugal, confessa que se tenta abstrair desse tipo de avaliações. “Tudo o que fazemos fica registado na história do nosso atletismo”, acrescenta. Afinal, trata-se de um atleta que terminou nos dez primeiros em competições como o Campeonato da Europa em Barcelona (10º, em 2010), Campeonato do Mundo em Berlim (10º, em 2009) e Maratona de Fukuoka (6º, em 2009).  

Tendo a sua própria escola de atletismo, associado à coletividade Grupo Desportivo Popular Chão Duro, o moitense está habituado a lidar com jovens que pretendem singrar na modalidade. “Que saibam ter paciência e que nunca deixem de acreditar nas suas capacidades”, é o principal conselho que lhes deixa. “Quando menos pensamos que nada iremos ser, eis que surge o que menos esperamos, o êxito”, adianta o moitense.  

Sobre o destaque dado à modalidade no distrito de Setúbal, no qual ocorrem vários eventos, sobretudo no concelho do Seixal, Luís Feiteira recusou fazer esse tipo de avaliações.