segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Quem é este Málaga?

Málaga é uma das boas equipas do campeonato espanhol
Depois de saber qual o adversário do FC Porto na Liga dos Campeões, nos últimos dois meses observei vários jogos do Málaga, e neste artigo mostro as minhas conclusões.
                                      
Depois de um forte investimento no verão de 2011, o desinteresse dos milionários árabes pelo emblema andaluz desvaneceu-se, e no último defeso, e o clube foi obrigado a vender alguns dos seus principais jogadores. Santi Cazorla foi sem dúvida o maior exemplo.

O que é certo é que Manuel Pellegrini conseguiu aproveitar o plantel de que dispôs, apesar das dificuldades financeiras, e conseguiu o apuramento (em 1º num grupo que incluía também AC Milan, Zenit e Anderlecht) para os Oitavos de final na sua inédita participação na Liga dos Campeões, e na Liga Espanhola, está em 4º lugar, posição com que terminou a temporada transata.


É difícil definir um sistema habitual no Málaga, assim como um onze-base. Dos quatro jogos que vi nos últimos dois meses, foram utilizados vinte e um jogadores como titulares (!), e três diferentes disposições da equipa no terreno. No fundo, um vasto leque de opções e um plantel equilibrado.

Á frente de uma linha de quatro defesas, poderão haver um ou dois médios de cobertura, dois alas, e na frente, um ou dois avançados, e geralmente quando são dois, um atua ligeiramente mais recuada. No fundo, já observei Manuel Pellegrini usar um 4x2x3x1 (por duas ocasiões), mas também um 4x4x2 (bastante desdobrável em 4x4x1x1) e um 4x1x3x2.

Para o duplo confronto frente ao FC Porto, e seguinte uma lógica de encontros recentes que a formação da Andaluzia disputou, prevejo um Málaga disposto em 4x2x3x1, que eventualmente, poderá variar para um 4x4x1x1 em função de quem joga por perto do ponta-de-lança.

Na baliza deverá alinhar o argentino Willy Caballero, a quem reconheço segurança e reflexos.
O camaronês Carlos Kameni também é um guardião de respeito, mas habitualmente atua apenas na Copa del Rey.

O lugar de lateral-direito seguramente será entregue a Jesús Gámez (se recuperar de lesão), um atleta com um rendimento intermitente, não é certamente dos que venderá mais camisolas, e revela algumas fragilidades, que defensivas, quer ofensivas. Pontos que podem ser explorados pelos extremos portistas.

A minha aposta para a dupla que deverá ocupar o eixo defensivo será Sergio Sánchez (se Jesús Gámez recuperar de lesão) e Demichelis. Vi-os atuarem juntos por duas vezes, nessas ocasiões, no total, a equipa sofreu três golos, no entanto, e para não fazer generalizações, é preciso recordar que o conjunto blankiazul tem a melhor defesa do campeonato. Na abordagem aos lances, o primeiro parece-me mais sereno, e o segundo mais agressivo, no entanto, não são fortes a jogar com os pés.
Diego Lugano (reforço de inverno, ex-PSG) e o débil Weligton (que já passou pelo Penafiel) também são utilizados com frequência.

Levante 1-2 Málaga (09.02.2013)
Depois da venda de Monreal ao Arsenal, uma das mais pertinentes dúvidas no onze andaluz será a posição de lateral-esquerdo, e curiosamente, os dois principais candidatos a ocupar essa posição são portugueses. Antunes (também reforço de inverno, ex-Paços de Ferreira) tem qualidade nos vários momentos do jogo, mas está ainda em fase de adaptação, e Eliseu tem um grande pendor ofensivo, mas nem sempre fecha com conveniência o seu flanco.

Admitindo que Manuel Pellegrini usará um duplo “pivot” defensivo, há três galos para dois poleiros: Camacho, Toulalan e Iturra.
O espanhol é um médio essencialmente posicional, forte tacticamente, mas o francês, recentemente recuperado de lesão, para além desses argumentos, ainda acrescenta maior capacidade de passe e experiência de Liga dos Campeões, e por isso aposto no ex-Lyon como titular. Ao seu lado deverá atuar o chileno que passou discreto no União de Leiria, mas que é um típico centro-campista defensivo sul-americano, muito agressivo, e que quando se envolve no apoio ao ataque, fá-lo com qualidade.

Joaquín, internacional espanhol há mais de uma década, também é habitualmente titular, e tal como Isco, ora nas costas do “9”, ora numa faixa, preferencialmente a direita. Sem o mesmo poder de explosão de outros tempos, é um jogador consistente, que não se demite de tarefas defensivas, mas ainda assim, fundamental no último passe, fazendo assistência para golo regularmente.
Na minha perspetiva, estes dois espanhóis deverão ocupar os flancos (Joaquín na direita e Isco na esquerda), com a “besta” Júlio Baptista (voltou de lesão recentemente) no papel de “10”, ainda que possa não ter ritmo para estas andanças.
As alternativas passam pela inclusão do jovem Lucas Piazón no lugar do seu compatriota, ou então, pela passagem de Isco ou Joaquín para o meio, com Portillo ou Seba Fernández (atualmente lesionado) a ocupar uma das faixas. Entres estes dois últimos, primeiro parece-me ser aquele que melhor “agita” o jogo.

Como homem mais adiantado, e tendo em conta que se trata de que a primeira mão se disputa no Porto, aposto na titularidade de Javier Saviola, bem mais móvel e imprevisível do que Roque Santa Cruz, no entanto, o argentino passa apagado durante boa parte dos encontros, enquanto o paraguaio, mesmo mais posicional, tem um instinto matador mais apurado, e sozinho, consegue resolver quando menos se espera.

Como se pode verificar, há várias opções de qualidade reconhecida internacionalmente para a maioria das posições, com jogadores que permitem variações táticas, e alternância do modelo de jogo até no mesmo sistema.
Mesmo não se tratando de um clube habituado a estas andanças, os seus atletas têm experiência de Liga dos Campeões, até nesta fase mais adiantada, e por isso, também é esperada segurança, frieza e muitas dificuldades para os comandados de Vítor Pereira.



1 comentário:

  1. Se poderem dar uma olhadela, agradecia:

    http://tertuliaportista.blogspot.pt/2013/02/porto-vs-malaga-visto-lupa-antevisao.html?spref=fb

    Comentem se concordadm ou não com o que é referido...

    Continuação do bom trabalho!

    Obrigado,

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