Copa Libertadores | Grêmio 1-0 (5-4 g.p.) LDU Quito

Esta noite, na Arena Grêmio, em Porto Alegre, o Grémio confirmou a passagem na Copa Libertadores após vencer por 1-0 (5-4 nas grandes penalidades) o LDU Quito, após um 0-1 favorável aos equatorianos na primeira-mão. Elano marcou o único golo do encontro.

                                      

Eis a constituição das equipas:

Grêmio

Os gremistas procuram virar um resultado negativo de 0-1, na primeira mão, em Quito, para disputar uma prova que já conquistaram por duas ocasiões (1983 e 1995).

Na última temporada, o conjunto gaúcho ficou em 3º lugar no Brasileirão.

Souza (ex-FC Porto) faz parte do plantel.

Dida e Cris são os principais ausentes.

LDU Quito

Caso passem esta ronda preliminar, os equatorianos vão jogar na Copa Libertadores, que venceram em 2008.

Alexander Domínguez, Eduardo Morantes e Luis Saritama vão representar o Equador no particular que essa seleção irá realizar frente a Portugal, no próximo dia 6 de Fevereiro.

Cronómetro:

4’ Fernando, de livre direto, acertou na malha superior.

Grêmio entrou ao ataque.

12’ Elano, também de livre directo, obrigou Domínguez a aplicar-se.

25’ Vargas recebeu de Marcelo Moreno e chutou para fora.

26’ Feraud rematou para uma defesa a dois tempos de Marcelo Grohe.

Muito curioso o modelo de jogo deste 4x4x2 do Grêmio:
1) Os dois laterais (Pará na direita e Alex Teles na esquerda) dão muita profundidade aos seus flancos;

2) Os dois médios-centro (Souza e Fernando) são muito posicionais e de pendor defensivo, tendo como principal objetivo equilibrar a equipa;

3) Zé Roberto e Elano não têm posição fixa, por norma colocam-se junto aos corredores laterais, mas têm muita liberdade de movimentos, tendo como função construir, organizar e desequilibrar… o adversário;

4) Eduardo Vargas é um avançado móvel, dando largura e profundidade, aparecendo mais atrás ou nos flancos, e Marcelo Moreno é um ponta-de-lança fixo.

O tricolor gaúcho não estava a conseguir encontrar soluções ofensivas, e o resultado ia-se-lhe mantendo desfavorável.

Ao intervalo, André Lima e Willian José renderam Fernando e Marcelo Moreno.

O LDU Quito povoava com grande densidade o seu meio-campo, e a zona adjacente à sua área em particular.

Após o interregno, e com as substituições, Wanderlei Luxemburgo transformou o 4x4x2 em 4x3x3, abdicando de um dos médios-centro, passando Souza para único trinco e Elano e Zé Roberto para interiores.
No ataque, Eduardo Vargas, André Lima e Willian José assumiam as despesas.

60’ Elano cobrou um livre direto, e Domínguez respondeu com uma excelente defesa.

62’ Elano, do meio da rua, inaugurou o marcador.

Nos festejos do golo gremista, vários adeptos caíram a um fosso que separava a bancada do relvado, devido à queda de uma vedação que cedeu com a pressão.

No mínimo, algo preocupante tendo em conta que o estádio foi inaugurado recentemente e será um dos palcos do Mundial 2014.

68’ Vitti substituiu Feraud.

73’ André Lima cabeceou por cima, na resposta a um cruzamento de Elano.

82’ Carlos Garcés foi rendido por Hugo Vélez.

83’ Wanderlei Luxemburgo trocou Elano por Jean Deretti.

87’ Hurtado viu o cartão vermelho direto após entrada violenta sobre Deretti.

Terminado o encontro, e como a primeira-mão, em Quito, também foi de 1-0, mas favorável aos equatorianos, ambas as equipas avançaram para os pontapés da marca de grande penalidade:

1-0   André Lima;

1-1   Saritama;

Saimon permitiu defesa de Domínguez;

1-2   Vitti;

2-2 Willian José;

Reasco acertou no poste;

3-2 Pará;

3-3 Vélez;

4-3 Vargas;

4-4 Canuto;

5-4 Alex Teles;

Marcelo Grohe defendeu o “penalty” cobrado por Morante.

Análise:

O Grêmio desde cedo que mostrou que queria marcar rapidamente para ir resolvendo a eliminatória, mas contou com dois grandes obstáculos: a postura altamente defensiva do LDU Quito, com três centrais e vários médios de cobertura, e quando este obstáculo parecia ultrapassado, aparecia outro, chamado Alexander Domínguez, guarda-redes equatoriano que defrontará Portugal no próximo dia 6.

Sem conseguir marcar na primeira parte, Wanderlei Luxemburgo alterou o seu sistema táctico, abdicando de um médio-defensivo (Fernando) e de um ponta-de-lança para colocar em campo dois avançados possantes, acrescentando presença física na área adversária, para melhor combater a densa defesa da formação do Equador, no entanto, cruzamentos nunca foram solução, e o golo só apareceu através de um remate de longe, tendo Elano como seu autor.

Até final do tempo regulamentar, o resultado manteve-se e o jogo foi decidido na marca de grande penalidade, onde o Grêmio foi mais feliz e venceu por 5-4.

Analisando os atletas em campo, começando pelos do Grêmio…

Marcelo Grohe foi praticamente um espetador, mas acabou por defender a grande penalidade decisiva;

Pará e Alex Teles são ambos muito aguerridos e deram profundidade aos seus flancos; e Bressan e Saimon até nem tiveram muito trabalho, já que foi um jogo defensivamente tranquilo;

Souza segurou o meio-campo sozinho durante todo o segundo tempo; Fernando é um todo-o-terreno com grande sentido posicional, forte na recuperação de bola; e Elano (marcou um grande golo) e Zé Roberto tiveram muita liberdade do ponto de vista posicional, tendo como função construir, organizar e criar desequilibrios;

Eduardo Vargas foi um avançado móvel, que deu largura e profundidade, mas caiu de rendimento da segunda parte; e Marcelo Moreno foi um ponta-de-lança possante e fixo, mas que não se conseguiu impor nesta partida;

André Lima e Willian José (fez o último passe para o 1-0) são dois avançados possantes, que acrescentaram presença física na área adversária; e Jean Deretti agitou o jogo e sofreu a falta que originou a expulsão de Hurtado.

Quanto aos jogadores do LDU Quito…

Alexander Domínguez fez várias intervenções de elevado grau de dificuldade;

Ignacio Canuto, David Hurtado (foi expulso já na reta final após entrada violente sobre Deretti) e Eduardo Morante (falhou a grande penalidade decisiva) povoaram a sua área, dificultando ao Grêmio qualquer tipo de tentativa de chegar ao golo através de cruzamentos;

José Madrid e Néicer Reasco fizeram os corredores por completo; e Hidalgo, Enrique Vera e Luis Saritama tiveram a complicada tarefa de acompanhar os movimentos de Elano e Zé Roberto, mas o que é certo é que dificultaram ao máximo que estas duas unidades conseguissem fazer a bola chegar jogável aos avançados;

Carlos Feraud exibiu a sua qualidade técnica; e Carlos Garcés apareceu pouco;
Vitti dinamizou o meio-campo; e Hugo Vélez pouco acrescentou.