quinta-feira, 12 de julho de 2012

EURO 2012 (Sub-19) | Espanha 3-3 (4-2 g.p.) França


Esta tarde, na Le Coq Arena, em Tallinn, a Espanha apurou-se para a final do Campeonato da Europa de Sub-19 ao bater a França por 4-2 nas grandes penalidades, depois de 3-3 no final do prolongamento. Gerard Deulofeu (2) e Paco Alcácer marcaram para os espanhóis, e Samuel Umtiti (2) e Paul Pogba para os gauleses.



Eis a constituição das equipas:


Espanha






Espanha terminou o Grupo A na liderança, com 7 pontos, fruto de vitórias diante da Grécia (2-1) e Estónia (2-0) e um empate frente a Portugal (3-3).
Jesé Rodríguez (4), Derik Osede, Denis Suárez e Paco Alcácer marcaram os golos de “La Roja” até ao momento neste Campeonato da Europa.
Javi Manquillo, lesionado, é a principal ausência.




França






Já os gauleses terminaram o Grupo B em 2º lugar, atrás de Inglaterra, com seis pontos, conquistados nas vitórias sobre a Sérvia (3-0) e Croácia (1-0), tendo perdido o último encontro diante dos britânicos (1-2).
Richard-Quentin Samnick, Paul Pogba, Thibaut Vion, Dimitri Foulquier e Veretout marcaram os tentos de França na competição.
Thibaut Vion, convém recordar, pertence aos quadros do FC Porto.




Apesar do seu 4x4x2, os médios-ala franceses ocupavam terrenos mais interiores, de forma a fechar melhor quando a Espanha tem a posse de bola e em deixar as faixas laterais ao cargo dos seus laterais velocistas e até mesmo para os avançados que gostam de descair para os flancos.



15’ Na sequência de um livre lateral cobrado por José Campaña, Derik Osede antecipou-se a Richard-Quentin Samnick e cabeceou por cima.



O jogo não estava muito aberto, mas ainda assim, “La Roja” mostrava alguma superioridade.



23’ Depois de um bom lance colectivo, Saul Ñíguez serviu Jesé Rodríguez, mas Alphonse Aréola negou-lhe o golo.



25’ No seguimento de um canto batido por Jean-Christophe Bahebek, um cabeceamento de Paul Pogba esbarrou em Derik Osede e a bola sobrou para Samuel Umtiti que atirou para o fundo das redes.



38’ Jean-Christophe Bahebek, lesionado, cedeu o seu lugar a Alexy Bosetti.



Intervalo.



55’ Após um canto marcado por Gerard Deulofeu, Jonás Ramalho viu o seu remate ser interceptado por um defesa francês, e na sequência do lance, Derik Osede tentou alvejar a baliza de calcanhar mas o esférico saiu para fora.
Paço Alcácer rendeu Suso.



61’ Paço Alcácer desmarcou Gerard Deulofeu que ganhou em velocidade a Dimitri Foulquier e com muita frieza empatou a partida.



72’ Gerard Deulofeu, de fora da área, tirou Richard-Quentin Samnick do caminho e acertou no poste.



A Espanha parecia mais próxima do 2-1 do que propriamente a França.



78’ Alejando Grimaldo cruzou para o segundo poste, onde Paco Alcácer, livre de marcação, atirou de primeira para a baliza, dando vantagem a “La Roja” pela primeira vez no encontro.



80’ Num lance de contra-ataque rápido, Jesé Rodríguez serviu Gerard Deulofeu que com tudo para marcar, permitiu a defesa de Alphonse Aréola.



81’ Elhadji Ba foi substituído por Axel Ngando.



83’ Pierre Mankowski trocou Jordan Veretout por Alassane Plea.



86’ Gerard Deulofeu recebeu um passe longo, ganhou espaço e tentou rematar colocado, mas saiu ao lado.



88’ Na sequência de um livre, Kepa Arrizabalaga defendeu com o peito uma tentativa de Samuel Umtiti bisar na partida.



90’ Alejandro Grimaldo cedeu o seu lugar a Salvador Ruiz.



90+1’ No seguimento de um canto cobrado por Axel Ngando, a bola sobrou para Samuel Umtiti que face à passividade de Jesé Rodríguez, voltou a empatar a partida.



Após o final do tempo regulamentar, Denis Suárez entrou na equipa espanhola, saindo Oliver Torres.



93’ Após um bom passe de Gerard Deulofeu, Paco Alcácer chutou para fora.



No prolongamento, ambas as formações baixaram o ritmo e não arriscaram muito na tentativa de voltar à vantagem.



105’ Paco Alcácer, servido por Denis Suárez, permitiu a defesa de Alphonse Aréola.



Intervalo do prolongamento.



107’ Jesé Rodríguez assistiu Denis Suárez, mas mais uma vez o guardião francês fez uma valiosa intervenção.



112’ Em mais um contra-ataque rapidíssimo, Paco Alcácer ofereceu de bandeja o 3-2 a Gerard Deulofeu, que colocou novamente “La Roja” em vantagem.



116’ Já num “forcing” final, Lucas Digne cruzou para o segundo poste onde apareceu Paul Pogba voltou a igualar a partida.



Final do prolongamento, altura para grandes penalidades.



José Campaña atirou por cima (a fazer lembrar Sergio Ramos);
0-1 Paul Pogba;
1-1 Denis Suárez;
1-2 Alassane Plea;
2-2 Jesé Rodríguez;
Kepa Arrizabalaga defendeu “penalty” de Samuel Umtiti;
3-2 Paco Alcácer;
Geoffrey Kondogbia permite defesa de Kepa Arrizabalaga;
4-2 Gerard Deulofeu.



“La Roja” mostrou sempre superioridade em termos ofensivos, apresentando mais posse de bola, mais soluções para chegar ao último terço do terreno e jogadores com mais capacidade de criar desequilíbrios, no entanto, em equipas jovens como estas, o acerto táctico e os níveis de concentração ainda estão longe de estarem amadurecidos, e foi num lance de bola parada, no qual houve alguma passividade dos homens espanhóis, que a França se colocou em vantagem.
Gerard Deulofeu já estava a levar a Espanha às costas no que concerne ao processo ofensivo, e no segundo tempo teve a companhia do também endiabrado Paco Alcácer, e ambos semearam o terror, tendo marcado um golo cada um e conseguindo a reviravolta, só que já nos descontos, os “bleus” empataram e levaram a partida para prolongamento.
No últimos trinta minutos, na primeira parte as equipas pouco arriscaram, mas na segunda, já foi vista mais acção junto de ambas as balizas, e num lance de contra-ataque rapidíssimo, os comandados por Julen Lopetegui voltaram a colocar-se em vantagem novamente num lance com participação activa da dupla Deulofeu/Alcácer. Mas mais uma vez, perto do fim, a França voltou a empatar e desta vez o jogo foi para as grandes penalidades, onde “nuestros hermanos” foram mais felizes.




Analisando os atletas em campo, começando pelos da Espanha…
Kepa Arrizabalaga (Athletic Bilbao) que até nem fez muitas defesas ao longo do jogo, acabou por ser decisivo nas grandes penalidades.
Joni (Celta Vigo) foi um lateral bem mais posicional que Alejandro Grimaldo (Barcelona), que subiu muito no apoio ao ataque e até fez o cruzamento para o 1-2, e Jonás Ramalho (Athletic Bilbao) e Derik Osede (Real Madrid) foram passivos praticamente em todos os golos encaixados.
José Campaña (Sevilha) foi muito importante a virar o jogo, e Oliver Torres e Saúl Ñíguez (ambos do Atlético Madrid) nem sempre conseguiram colocar em prática os seus passes de morte para as costas da defesa.
Suso (Liverpool) esteve apagado, Gerard Deulofeu (Barcelona) esteve endiabrado e levou a equipa às costas, tendo bisado, e Jesé Rodríguez (Real Madrid) esteve sempre à procura de uma oportunidade para marcar, mas desta vez ficou em branco.
Paco Alcácer (Valencia) deu um “safanão” no jogo, com duas assistências e um golo, Salvador Ruiz (Valencia) rendeu o já desgasto Alejandro Grimaldo, e Denis Suárez (Manchester City) agitou a equipa no prolongamento.



Quanto aos jogadores de França…
Alphonse Aréola (Paris SG) fez defesas importantes, Dimitri Foulquier (Rennes) foi sempre muito rápido e ofensivo, mas ainda assim foi batido em velocidade por Deulofeu no lance do 1-1, Richard-Quentin Samnick (Paris SG) deixou-se antecipar em muitos lances, Samuel Umtiti (Lyon) bisou, algo raro num central, mas foi mal batido pelo ar na jogada do 1-2, e Lucas Digne (Lille) mostrou-se aptidão para atacar e cruzou para o 3-3.
Paul Pogba (Juventus) mostrou ser um jogador muito interessante, marcou o terceiro golo dos gauleses e tem capacidade física e qualidade de passe, algo também demonstrado, mas não em tanta evidência, por Elhadji Ba (Le Havre).
Jordan Veretout (Nantes) e Geoffrey Kondogbia (Lens) foram dois médios-ala que percorrem terrenos interiores com muita frequência.
Thibaut Vion (FC Porto) e Jean-Christophe Bahebek (Paris SG), como avançados, descaiam muito para as faixas, e se o primeiro até foi praticamente inofensivo durante toda a partida, o segundo cobrou o canto que originou o 0-1 e saiu precocemente lesionado.
Alexy Bosetti (Nice) não trouxe muito ao jogo, ao contrário de Axel Ngando (Rennes) e sobretudo de Alassane Plea (Lyon) que foram das principais responsáveis pelos gauleses nunca terem deitado a toalha ao chão quando estiveram em desvantagem.




Com este resultado, a Espanha está apurada para a final, onde defrontará a Grécia.

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