Esta noite, no Estádio Nacional de Varsóvia, Portugal derrotou a República Checa por 1-0, nos quartos-de-final do EURO 2012, e apurou-se para as meias-finais onde defrontará o vencedor do jogo entre Espanha e França. Cristiano Ronaldo apontou o tento solitário da partida.
Eis a constituição das equipas:
República Checa
Os checos chegam a esta fase da competição após terem terminado em 1º lugar o Grupo A, à frente da Grécia, Rússia e Polónia, com um total de seis pontos, fruto de duas vitórias e uma derrota, e 4-5 em golos.
Václav Pilar e Petr Jirácek, ambos do Wolfsburgo, apontaram dois tentos cada.
Do encontro do EURO 2008 frente a Portugal, restam Petr Cech, Jaroslav Plasil e Milan Baros.
Portugal
Portugal apurou-se para os quartos-de-final em 2º lugar no Grupo B, atrás da Alemanha, mas à frente de Dinamarca e Holanda, também conquistando seis pontos, fruto de duas vitórias e uma derrota, e com um total de 5-4 em golos.
Cristiano Ronaldo (2) e Pepe, do Real Madrid, Hélder Postiga, do Saragoça, e Varela, do FC Porto, apontaram os tentos portugueses.
Do encontro com os checos de 2008, estão entre os 23 convocados Pepe, João Moutinho, Cristiano Ronaldo, Hugo Almeida e Quaresma.
Os checos entraram melhor na partida, mais pressionantes e a conseguirem povoar o meio-campo contrário com maior frequência, mas tal não é novidade para Portugal, que nos anteriores encontros também os começou na expectativa, e com o decorrer do tempo, foi equilibrando o jogo.
A primeira meia hora não teve quaisquer ocasiões de perigo, fruto adoção da estratégia expectante e conservadora por parte de ambas as seleções.
Na formação orientada por Paulo Bento, foi visível a troca de flancos entre Nani e Cristiano Ronaldo de forma a tentar “desatar o nó” do encontro.
33’ Após uma assistência de Pepe, Ronaldo, de pontapé de bicicleta, enviou a bola para fora.
34’ Mais uma vez CR7 a criar perigo, desta vez de livre direto, ao lado.
40’ Hélder Postiga lesionou-se e cedeu o seu lugar a Hugo Almeida.
45+1’ Após um passe longo de Raul Meireles, o extremo do Real Madrid dominou com a bola com o peito, tirou Kadlec e Limbersky do caminho mas o seu remate acertou no poste.
Por esta altura, a República Checa apresentava já uma postura mais defensiva, povoando com muitos homens a zona frontal à sua área, algo que se viria a manter no segundo tempo.
Intervalo.
46’ Na sequência de um cruzamento de Raul Meireles, Hugo Almeida cabeceou por cima.
49’ Cristiano Ronaldo, de livre direto, acertou no poste.
58’ Nani roubou a bola a Limbersky e atirou de longe, mas Cech estava no caminho.
61’ Michal Bílek trocou Darida por Rezek.
Com esta alteração, Jirácek passou para a posição atrás do ponta-de-lança.
64’ João Moutinho, de longe, obrigou o guarda-redes checo a extraordinária intervenção.
74’ Na sequência de um passe de Meireles, Nani rematou por cima.
79’ Nani serviu João Moutinho, que ganhou na corrida a Plasil e cruzou pela direita para Cristiano Ronaldo que se antecipou a Gebre Selassie e cabeceou para o fundo das redes.
83’ João Pereira atirou para nova defesa do guardião do Chelsea.
84’ Nani foi substituído por Custódio.
86’ Pekhart tendeu Hubschman.
88’ Saiu Raul Meireles, entrou Rolando.
Sem mais ocorrências até final, Portugal confirmou uma vitória que lhe dá o apuramento para as meias-finais, onde enfrentará um de dois habituais carrascos em fases finais, Espanha (Mundial 2010) e França (EURO 1984 e 2000 e Mundial 2006).
Como é habitual nos jogos da equipa das quinas, a postura inicial foi expectante, parecendo até impotente perante o poderio do adversário, mas com o passar do tempo, foi equilibrando a partida e em certos momentos até mostrou alguma superioridade perante o adversário.
Fazendo face a uma equipa que povoava com muitos homens a zona à frente da sua área, Paulo Bento optou por trocar de flanco Nani e Ronaldo, de forma a tentar confundir as marcações, e a verdade é que pela direita, o atacante “merengue” teve boas situações para marcar.
Na segunda parte, Portugal foi claramente superior, nem sempre tendo facilidade em chegar à área adversária devido ao aglomerado de atletas checos nas redondezas, mas foi a única formação que criou situações de perigo, conseguindo mesmo um golo já na reta final, a dez minutos do fim, por Cristiano Ronaldo, após bom entendimento entre Nani e João Moutinho na direita. Até ao último apito, os portugueses seguraram a vantagem.
Analisando os atletas em campo, começando pelos da República Checa…
Cech fez intervenções de elevado grau de dificuldade, Gebre Selassie deixou-se antecipar a Cristiano Ronaldo no lance do golo e não subiu tanto no terreno como é hábito, Sivok e Kadlec ganharam a maioria das bolas pelo ar, obrigando a seleção portuguesa a optar por várias vezes por cantos curtos, e Limbersky teve bastantes dificuldades para travar os extremos portugueses, sobretudo Nani, com quem se “picou” ainda na primeira parte.
Hubschman e Plasil estiveram sempre muito próximos dos defesas, sendo que esse último deixou fugir João Moutinho para efetuar o cruzamento.
Jirácek mostrou ser dos mais talentosos e inconformados, Darida esteve longe de fazer esquecer Rosicky e Pilar foi talvez o homem mais perigoso da sua equipa, fazendo na sua velocidade e capacidade técnica as principais armas.
Milan Baros esteve apagado.
Rezek e Pekhart pouco ou nada deram ao jogo.
Quanto aos jogadores de Portugal…
Rui Patrício até nem teve que se aplicar muitas vezes mas causou sobressalto quando a bola ia parar aos seus pés, João Pereira apoiou Nani no ataque mas defensivamente teve algumas dificuldades perante Pilar, Pepe e Bruno Alves foram intransponíveis, e Fábio Coentrão ganhou muitos duelos a Jirácek.
Miguel Veloso foi importante a defender, e sempre com um ritmo lento, esteve bem no passe, Raul Meireles teve mais um jogo muito desgastante, sendo importante também a servir os homens da frente, e João Moutinho esteve em destaque ao fazer o cruzamento para o golo.
Nani foi sempre dos mais ativos e perigosos, especialmente na direita, participando no lance do 0-1, Cristiano Ronaldo faturou de cabeça e acertou por duas vezes no poste, e Hélder Postiga, que não estava a encantar, saiu lesionado ainda na primeira parte.
Hugo Almeida não ficou nada a dever ao rendimento do avançado do Saragoça e deu presença física a Portugal na área contrária, Custódio ajudou a segurar a vantagem, reforçando o meio-campo, e Rolando entrou mais uma vez perto do final para dar centímetros na área portuguesa.
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LUIZ MOURA
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LUIZ MOURA