Liga ZON Sagres | Revelações 2011/2012

Terminada a temporada 2011/2012 da Liga ZON Sagres, e já escolhido o “Onze Ideal” da época, é agora altura de nomear as revelações do campeonato.

Guarda-redes:

Fabiano Freitas apareceu no nosso país como um desconhecido no início da época, mas ao longo de toda a temporada demonstrou ser um guarda-redes que vale pontos, daqueles que capazes de fazer as defesas mais fantásticas e de manter a zero as equipas mais complicadas, como foi o caso dos três grandes nas visitas a Olhão.

Defesas-Centrais:

Produto das escolas do Varzim, Luís Neto conquistou um lugar no eixo da defesa nacionalista, e desde o inicio da temporada deu nas vistas pela capacidade em destruir jogo, mas curiosamente, também em construi-lo, a partir de trás.

Não foi fácil conquistar um lugar no Sporting de Braga, a concorrência era de peso (Nuno André Coelho, Ewerton e Paulo Vinicius), todos eles galos para apenas dois poleiros, no entanto, fruto da sua qualidade e das lesões dos companheiros, Douglão, brasileiro oriundo do futebol grego, assumiu um lugar no centro do sector mais recuado dos bracarenses, e nunca mais o largou.

Defesas-Laterais:

Emprestado pelos brasileiros do Santo André, Júnior Caiçara é um destro que durante toda a temporada ocupou o lado esquerdo da defesa do Gil Vicente, na sua segunda época de galo ao peito.

A profundidade que dá ao seu flanco e o remate são das suas principais qualidades, precisando de melhorar ainda no aspeto defensivo.

Natural do Funchal, Rúben Ferreira fez toda a sua formação em clubes da região e esta temporada foi aposta de Pedro Martins para a lateral-esquerda. Cedo conquistou o seu espaço, tanto no Marítimo, como na seleção de Sub-21, e se não mostrou mais o seu valor, deveu-se à lesão que o afastou dos relvados durante meses.

Médios-Centro:

Em 2010/2011, André Martins fez a pré-época do Sporting, mas acabou por ser dispensado por Paulo Sérgio, para poder rodar por um clube menor, neste caso o Belenenses, no entanto, nem aí se conseguiu impor e na segunda parte da temporada foi emprestado ao Pinhalnovense, da II Divisão. Com Domingos Paciência, ficou no plantel e foi aos poucos ganhando espaço tanto na equipa leonina, como na seleção dos sub-21, e com Sá Pinto, acabou por ser titular em partidas muito importantes como a receção ao Athletic Bilbao.

A sua dinâmica e técnica fazem dele um atleta muito promissor, podendo atuar como “8”, médio-interior e “10”.

Nas combativas divisões inferiores do futebol português há sempre daqueles jogadores que acabam por dar o salto, premiados pela sua técnica ou por se tratar de trabalhadores-nato, caso de Luíz Carlos, peça importantíssima no meio-campo do Paços de Ferreira.

Normalmente colocado como médio-interior, trata-se de um atleta incansável, trabalhador e com alguma valia com a bola nos pés, um autêntico operário.

Extremos:

Cada vez mais, a zona Póvoa do Varzim/Vila do Conde tem-se vindo a assumir como uma das melhores produtoras de talentos para o futebol, Fábio Coentrão e Bruno Alves foram talvez os expoentes máximo, mas todos os anos continuam a sair muitos jovens das “canteras” de Varzim e Rio Ave, e Salvador Agra foi um desses valores, oriundo dos poveiros.

Baixo (166 cm), mas sempre desequilibrador, rápido, irrequieto e inconformado, foi uma das principais figuras do Olhanense, está a ganhar espaço nos sub-21 e já tem rubricado um contrato com o Bétis.

Dos muitos jovens que chegam a Portugal contratados pelo Benfica, mas imediatamente emprestados a clubes de menor dimensão, o jovem paraguaio Melgarejo foi dando bastante nas vistas ao serviço do Paços de Ferreira, tanto que só depois da façanha de ter sido chamado à seleção A do seu país é que a maioria dos adeptos se apercebeu que pertencia aos encarnados.

A velocidade, a técnica, a capacidade de criar desequilíbrios e até o jogo aéreo são das suas principais, tendo marcado 10 golos no campeonato.

Avançados:

Continuando pela Mata Real, outra das revelações de 2011/2012 foi Michel, ou como Luís Freitas Lobo lhe chama: “O Hulk dos pobres”.

Oriundo do Penafiel, onde já lhe faziam comparações com o jogador do FC Porto, dada a sua capacidade física, velocidade e potência de remate, e depois de uma estranha transferência falhada para Braga, foi para Paços de Ferreira onde apontou 9 golos na Liga ZON Sagres.

Provavelmente, de todos estes atletas, terá sido mesmo a maior revelação da temporada, tanto que Hugo Vieira começou a época como estreante no principal escalão de futebol português, depois de passagens por divisões inferiores, onde se inclui as distritais, e acabou-a como capa de jornal, sendo associado sobretudo ao Sporting, mas também a Sp. Braga e até ao Olympiacos.

É como extremo que pode mostrar o seu melhor futebol, pois tem todas as características para atuar nessa posição, no entanto, como o Gil Vicente é uma equipa de bloco baixo e o seu avançado não pode ser muito posicional, atuou praticamente toda a época como ponta-de-lança.

Treinador:

Pedro Martins já tinha mostrado valor quando na temporada transata tirou o Marítimo dos lugares de despromoção que ocupava nas primeiras jornadas, para guiar os madeirenses até meio da tabela, no entanto, ficar entre nessa zona da classificação é o habitual nos insulares, podendo aparecer em certos nos lugares europeus, e por isso, o seu papel não foi nota de destaque. No entanto, em 2011/2012 praticamente não largou as cinco primeiras posições, passou boa parte da época em 4º lugar (á frente do Sporting), e apesar de ter caído para 5º, garantiu a presença na Europa e fazer 50 pontos, que em 2010/2011, teriam dado para alcançar o 3º.