quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Liga BBVA | Athletic Bilbao 3-0 Atlético Madrid

Esta noite, o Athletic Bilbau venceu no País Basco o Atlético Madrid por 3-0, num jogo a contar para a Liga BBVA.
Eis a constituição das equipas:
Athletic Bilbao
O pouco que sei sobre o Athletic é que tem alguns jogadores da selecção espanhola como Iraola, Javi Martínez e Llorente (melhor marcador da equipa), todos eles titulares esta noite.
Ocupava o 12º lugar à entrada para este jogo, com 9 pontos, fruto de duas vitórias, três empates e três derrotas, e um “score” de 11-11 em golos. Na Liga Europa, lideram o seu grupo que conta ainda com Paris SG, Salzburgo e Slovan Bratislava.


Atlético Madrid

O Atlético Madrid está uma posição acima que o Athletic à entrada para este jogo, no 11º lugar, com 10 pontos, derivado de duas vitórias, quatro empates e duas derrotas, e um saldo de 9-7 em golos, seis dos quais apontados por Radamel Falcao, o melhor marcador da equipa, confirmado os dotes de goleador que já tinha mostrado no FC Porto. Na Liga Europa ocupam o 2º lugar do seu grupo que é liderado pela Udinese e tem ainda Celtic e Rennes.
Ainda não vi nenhum jogo desta temporada, no entanto, conheço de perto alguns jogadores por terem actuado no campeonato português, que para além de Falcao na equipa titular do Atleti são Sílvio, Paulo Assunção, Diego e Reyes.

Com duas equipas que não estão a ter desempenhos que satisfaçam os seus adeptos, o jogo na primeira parte foi essencialmente disputado a meio-campo e sem grandes momentos de brilhantismo.

As primeiras oportunidades até pertenceram aos “colchoneros”, primeiro José Antonio Reyes, que fez uma diagonal da direita para o meio e atirou de pé esquerdo um pouco por cima da trave.

Poucos minutos depois, foi Radamel Falcao a aparecer em velocidade a flectir da esquerda para uma posição central mas o seu remate foi defendido por Iraizoz.

Aos 17’, Amoerebieta saiu lesionado e deu o seu lugar a San José e a por volta desta altura os bascos acordaram e começaram a aproximar-se da área contrária, tendo como principal referência no ataque o internacional espanhol Fernando Llorente que rematou forte de fora da área permitindo uma defesa a Courtois, que acabou por não ser vista pelo árbitro e que por isso foi marcado um pontapé de baliza.

O jogo continuava essencialmente disputado a meio-campo, no entanto, se numa primeira fase parecia ligeiramente inclinado para os homens da capital espanhola, neste período inclinou-se mais para o lado do Athletic que conseguia chegar com mais facilidade à baliza contrária, e ainda antes do intervalo, De Marcos, á entrada da área, rematou forte para a grande defesa de Courtois.

Na segunda parte, previa-se que ambas as equipas procurassem desbloquear o resultado mas nos primeiros 15/20 minutos foram sempre inconsequentes, proporcionaram um jogo morno, sem grandes motivos de interesse e em que permanecia o impasse e a monotonia, sendo que a primeira ocasião de golo digna desse nome no segundo tempo, só apareceu praticamente quando se assinalou uma hora de jogo, através de um cabeceamento de De Marcos ao lado ao dar sequência a um cruzamento de Aurtenetxe.

Finalmente, aos 67, um golo! Os jogadores do Athletic conseguiram recuperar uma bola do lado esquerdo á entrada da área dos “madrileños”, e Susaeta consegue colocar a bola em Llorente que a desviou para a baliza beneficiando de um ressalto em Filipe Luis.

O Atleti acusou o golo sofrido e poucos minutos depois viria a sofrer o 0-2, após um cruzamento milimétrico na direita de Toquero (entrou na segunda parte), Llorente antecipa-se aos defesas adversários e num cabeceamento de cima para baixo conseguiu bisar no encontro.

No entanto, a festa não terminara aqui, e aos 74’, após um livre na esquerda batido com o pé direito por Ander Herrera, Toquero desviou de cabeça para o 3-0. Três golos em sete minutos dos homens de Bilbao! Jogo resolvido em pouco tempo quando parecia monótono e sem rumo.

Com um vencedor encontrado, até ao final do jogo o Athletic tirou o pé do acelerador e a antiga equipa de Paulo Futre foi chegando algumas vezes junto da área adversária para tentar o golo de honra, especialmente por um remate de Salvio aos 90+2’, no entanto, o resultado não sofreu alterações.

Com esta vitória os bascos conseguiram ultrapassar o seu oponente desta noite na tabela classificativa e ficaram mais próximos dos lugares que dão acesso às competições europeias.

Analisando as equipas, posso começar por dizer que o árbitro deste encontro é tão mau ou pior como muitos dos que se vêem em Portugal, e em Espanha as criticas á arbitragem começam-se a tornar cada vez mais usuais.

Em relação ao Athletic Bilbao, foi uma formação a quem as substituições fizeram bem, que está numa boa série de resultados (sete jogos sem perder, cinco deles para o campeonato) e que pode fazer coisas boas neste campeonato ainda que tenha sentido bastantes dificuldades para desbloquear o resultado.
É um clube com cultura, só jogam lá jogadores bascos (e aqui inclui-se atletas com descendência basca ou que vivam nessa região há alguns anos) e que maioritariamente são oriundos dos seus próprios escalões de formação, mas mesmo assim, apesar das limitações de recruta de talento, nunca desceu de divisão e geralmente não tem dificuldades em manter-se no principal escalão espanhol e até qualificar-se para as competições europeias. A nível de jogadores, esta noite tenho que destacar acima de tudo Llorente que é a grande referência da equipa, um ponta-de-lança de muito valor, um goleador que nos últimos trinta metros é um perigo à solta. De Marcos também me pareceu um jogador muito irrequieto, e porque não falar de Gaizka Toquero que entrou na segunda parte e ainda foi a tempo de fazer uma grande assistência e um golo?

Quanto ao Atlético Madrid, é indiscutível que há talento naquela equipa em todos os sectores, especialmente no ataque. A qualidade de Falcao é incontestável e os homens que jogam atrás de si são de nomeada, o problema está na conexão entre o ponta-de-lança colombiano e os três médios mais ofensivos. O ex-goleador do FC Porto parece estar sempre muito desapoiado porque Diego vai buscar jogo muito atrás, e Reyes e Arda Turan apesar das muitas diagonais geralmente acabam por optar pelo remate, e quando a bola é colocada em Falcao, há muito pouco espaço para trabalhar e conseguir levar perigo á baliza adversária.
Pergunto-me porque razão em vez de tantas diagonais, os extremos do Atlético não tenham indicações para serem mais verticais, percorrem os corredores e tentarem através de cruzamentos apostar no jogo directo no qual “El Tigre” já demonstrou no FC Porto que é muito forte?
O meio-campo é muito bom, é forte na circulação de bola ainda que não sei até que ponto não será exagerado ter dois “pivots” defensivos em vez de um trinco e um “box to box”, mantendo Diego numa posição mais ofensiva no centro do terreno mas talvez mais descaída para um dos lados, que seriam alternados por ele e compensados pelo tal “box to box”.
Parece faltar algo a esta equipa, mas não é de agora, é já de há alguns anos! Há talento sem dúvida, há lá jogadores que deixaram marcas nos grandes clubes em que jogaram e outros que quando saem do Atlético continuam a ter sucesso (ex: Agüero), no entanto, parece faltar uma mentalidade ganhadora, um entrosamento que permita que o clube consiga estabilizar nos lugares de acesso às competições europeias e ser mais regular. Esta noite apresentaram um futebol q.b. nos primeiros 15/20 minutos, onde pareciam ter o campo ligeiramente inclinado a seu favor, mas depois, foram perdendo gradualmente esse ascendente e nunca mais se levantaram.
Quanto aos portugueses em campo, fiquei com a noção de que Sílvio fez um bom trabalho, no entanto, merecia ter sido expulso após uma entrada duríssima já no final do jogo que nem lhe valeu sequer um cartão amarelo. Já Pizzi entrou para jogar os último quarto de hora e pouco ou nada se viu dele.

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