domingo, 21 de fevereiro de 2016

Renato Sanches: A fibra do meio-campo encarnado

Renato Sanches é um poço de força de apenas 18 anos
Sobrevalorizado? Talvez. Talvez algumas manchetes a seu respeito sejam exageradas, talvez os valores de uma potencial transferência sejam desproporcionados, mas que o Benfica melhorou desde que assumiu a titularidade, disso não restam dúvidas.

Não sendo um portento técnico, Renato Sanches apresenta como cartão-de-visita a sua fibra e agressividade (no bom sentido). Ganha a maioria das bolas divididas que disputa, o que numa zona como o meio-campo, é fundamental para manter a posse de bola e estar mais perto de marcar.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Borussia Dortmund: ‘Troika’ dita leis no pós-Klopp

Mkhitaryan, Reus e Aubayemang são letais no último terço 
Os sete anos que o carismático Jurgen Klopp passou em Dortmund deixaram uma marca no clube e no coração dos adeptos: dois Campeonatos, uma Taça da Alemanha, duas Supertaças, uma final da Liga dos Campeões, um estilo de jogo bastante atrativo e uma presença bastante carismática no banco de suplentes.

O ciclo do treinador natural de Estugarda terminou no final da temporada transata, depois de uma época menos feliz, na qual a turma amarela chegou a andar na zona de despromoção, mas ainda a tempo de alcançar um lugar europeu. Para o seu lugar, chegou Thomas Tuchel, com a curiosidade de ter assinado pelo gigante da Renânia do Norte-Vestfália proveniente do Mainz e com 41 anos, exatamente no mesmo contexto de Klopp em 2008.

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Leverkusen: A técnica da força e a força da técnica

Kiessling e Chicharito formam uma dupla temível
Quando a sorte ditou que o Sporting iria enfrentar o Leverkusen nos 16 avos de final da Liga Europa, os responsáveis leoninos terão engolido em seco. Afinal, não só sabiam que tinham pela frente uma das equipas mais fortes da competição como uma maldição que dura há 45 anos: nunca os verde e brancos eliminaram uma equipa alemã (em seis tentativas), registando também zero triunfos em solo germânico (em 11 partidas).

Para reforçar o histórico pouco favorável, em quatro confrontos com estes leões da Renânia do Norte-Vestfália, nenhuma vitória e três derrotas para os leões de Lisboa. Contudo, isto pouco contará para o experiente Jorge Jesus, que pelo Benfica até já venceu em Leverkusen e eliminou esta mesma equipa na caminhada até à final da Liga Europa em 2012/13.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

A grande responsabilidade de Nelo Vingada

Nelo Vingada foi 'desenterrado' por Carlos Pereira
Nelo Vingada, Manuel José, Manuel Cajuda, Carlos Manuel, Vítor Manuel e Artur Jorge. Estes são os nomes de apenas alguns dos melhores treinadores portugueses na viragem do milénio. Primavam pelos anos de futebol, pela experiência e pela sabedoria, mas o fenómeno José Mourinho veio roubar-lhes o espaço.

O sucesso do setubalense mudou o perfil do treinador da I Liga: jovem, irreverente e com novos métodos. Uns com um background académico, outros a sentarem-se nos bancos após uma carreira de futebolista. Domingos Paciência, Leonardo Jardim, Nuno Espírito Santo, Marco Silva, Sérgio Conceição e André Villas Boas são apenas alguns dos casos mais conhecidos. Quantos aos mais velhos, iam sobrando aqueles cujos resultados não davam margem para dúvidas: Jesualdo Ferreira e Jorge Jesus.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Kevin Kampl: O motor do Leverkusen

Kamp alia talento a grande capacidade de trabalho
Quando se fala em Leverkusen, os primeiros nomes que vêm à cabeça são os dos goleadores, Javier Chicharito Hernández e Stefan Kiessling, ou o do grande especialista em livres diretos, Hakan Çalhanoglu. Muito menos mediático, o internacional esloveno Kevin Kampl é igualmente talentoso e merece ser referido como umas das principais figuras da equipa.

Depois de ter sido formado no clube, andou pelas divisões secundárias alemãs até chegar ao Salzburgo, onde foi campeão com Roger Schmidt – o seu atual técnico na Alemanha -, melhor jogador do campeonato austríaco em 2013/14, chamou à atenção da seleção do seu país e mostrou-se à Europa do futebol.

Na altura era um extremo, daqueles desconcertantes e desequilibradores, de boa e rápida execução, também sempre à procura de tabelar com os colegas e de aparecer na zona central. As características continuam lá, mas em Leverkusen – já depois de uma passagem pouco feliz no Dortmund – Kampl fixou-se mesmo no miolo do 4x4x2 de Schmidt.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

As pinceladas de Julio Velázquez

Julio Velázquez está a criar um Belenenses bem à espanhola
Diego Velázquez foi um conhecido pintor espanhol no século XVII, tendo como principal obra Las Meninas (1656). 360 anos depois, outro Velázquez, Julio, também espanhol mas treinador de futebol de profissão, vai dando umas pinceladas muito próprias no futebol do Belenenses.

O antigo técnico do Villarreal e Bétis, numa das primeiras entrevistas que concedeu como timoneiro dos azuis do Restelo, já tinha deixado o aviso: para ele 3x5x2, 4x2x3x1, 4x4x2 e 4x3x3 são apenas números de telefone. O que para ele importa é a dinâmica coletiva.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

WWE | Royal Rumble 2016

Triple H sai da reforma para vencer o Royal Rumble e o Título Mundial da WWE



Data: 24 de janeiro de 2016
Arena: Amway Center
Localidade: Orlando, Flórida

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Bonfim tem mais encanto na hora da vitória

Hassan estreou-se a titular e marcou o primeiro golo do jogo

Liga | Vitória 2-1 Académica


Cinco jogos depois, o Vitória voltou a sorrir no Bonfim. Fê-lo pela segunda vez nesta temporada, ao décimo encontro caseiro. Porque o adversário se chamava Académica, poderá até dizer-se que aprendeu a lição, mas não evitou sofrer até ao fim, perante um adversário que ainda não venceu na condição de visitante.

Apesar de se tratar de um clássico do futebol português, as bancadas do reduto sadino mostraram-se despidas, o que não inspirou propriamente os jogadores das duas equipas. Assistiu-se a um mau jogo de futebol, sobretudo na primeira parte, onde houve muitas faltas, muitas bolas divididas, mas escassas oportunidades de golo. Numa dessas raras ocasiões, Hassan marcou. Foi essa a diferença entre ambos os conjuntos na etapa inicial: um marcou, o outro não.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Repensando o futebol sénior no distrito de Setúbal

Distrito de Setúbal tem apenas quatro equipas nos nacionais
Quem vive no distrito de Setúbal e gosta de acompanhar os clubes locais, tem razões para estar frustrado. Afinal, a região que outrora foi um viveiro de grandes futebolistas e que se fazia representar em bom número na I divisão, atualmente está reduzida ao Vitória no que ao futebol profissional diz respeito. E os próprios sadinos, diga-se de passagem, vivem com graves problemas financeiros e sob consequente ameaça de extinção, o que a confirmar-se, deixaria um vazio enorme no futebol a sul do Tejo.

Custa ver históricos como Fabril e Amora em patamares tão baixos, o Barreirense pouco estabilizado no Campeonato de Portugal e o Pinhalnovense a correr o risco de voltar aos distritais quase duas décadas depois. A salvar a honra do convento está um Cova da Piedade em ascensão. Veremos se ainda conseguirá atingir a Liga 2 ou se falhará essa meta como os de Pinhal Novo.

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

O novo menino bonito da Cidade Berço

Miguel Silva é uma das grandes revelações da Liga 2015/16
Depois de, nos últimos anos, com Rui Vitória ao leme, o Vitória de Guimarães ter servido de montra para centrais (Paulo Oliveira), médios (Tiago Rodrigues, André André e Bernard) e extremos (Ricardo Pereira e Hernâni), eis que com Sérgio Conceição é exibido o novo menino bonito da cidade berço: João Miguel Silva, guarda-redes, 20 anos.

Apesar da tenra idade, o jovem guardião assumiu a titularidade na baliza dos minhotos e tem dado nas vistas. E não tem sido apenas por defesas vistosas – nos distritais e nas camadas jovens também as há – ou pela empatia criada com os adeptos, entoado cânticos de apoio aos vimaranenses. João Miguel Silva vai mostrando que é mais do que um guarda-redes de engate, que tem talento, que é especial, e que pode, a par de André Moreira (cedido pelo Atlético Madrid ao União da Madeira), ser um dos grandes guarda-redes português desta nova geração de ouro do nosso futebol.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Vitória sem bata no laboratório de Sánchez

O Vitória foi surpreendi com três golos de bola parada

Liga | Boavista 4-0 Vitória


No futebol, há dois jogos dentro de um só jogo. O da bola corrida, e o da bola parada. No da bola corrida, geralmente a equipa mais valiosa exibe de uma forma mais clara a sua superioridade, traduzindo esse ascendente no número de ataques, remates, cantos e até posse de bola. No da bola parada, a diferença de forças dilui-se e uma equipa menos apta no jogo jogado, mas com um ou dois bons executantes, pode ter argumentos para chegar ao golo.

Esta tese ajuda a explicar o descalabro sadino no Bessa. Logo aos três minutos, um Boavista que para o campeonato não marcava há quatro jogos e não vencia há doze, adiantou-se no marcador face a um positivamente surpreendente Vitória através de um livre executado de forma soberba por Renato Santos.

sábado, 16 de janeiro de 2016

O suplente conformado

Marcelo Boeck é suplente no Sporting desde 2011
Marcelo Boeck chegou ao Sporting no verão de 2011, depois de uma excelente temporada ao serviço do Marítimo (onde foi suplente nas três épocas anteriores), com o intuito de oferecer uma concorrência mais forte a Rui Patrício.

O guarda-redes brasileiro, hoje com 31 anos, nunca conseguiu roubar a titularidade ao português, mas a sua presença até foi positiva para Patrício, uma vez que este nunca relaxou, evoluiu imenso e tornou-se mesmo num dos melhores da Europa na sua posição.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

A batuta do maestro André

André Horta é um jogador em ascensão na Liga portuguesa
Suk deixou o Vitória mas quem gosta de acompanhar os valores emergentes do futebol português pode continuar a seguir os encontros dos sadinos. A saída do sul-coreano para o FC Porto deverá até promover pequenas alterações no estilo de jogo e deixar espaços abertos para que outros jogadores tenham as suas oportunidades.

Se os setubalenses praticavam essencialmente um futebol de transições, sempre à procura da velocidade e poderio físico do asiático, sem ele, a julgar pelo que se viu segunda-feira em Paços de Ferreira, vão tentar atacar através de um estilo de jogo mais apoiado, de posse e circulação.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Era pós-Suk começa com passos em falso

Rúben Semedo foi um dos melhores do Vitória em Paços

Liga | Paços de Ferreira 2-1 Vitória


No primeiro encontro após a venda (ainda não oficializada) de Suk para o FC Porto, o Vitória começou com dois passos em falso, ao sofrer um golo logo aos 3 minutos, através de Bruno Moreira. Um passo em falso de Gorupec, ao colocar em jogo o avançado pacense, outro de Venâncio, que viu o autor do golo fugir-lhe à marcação.  

Havia a expetativa em saber como os sadinos iam reagir a situação tal adversa sem o seu maior solucionador de problemas da primeira volta e depois de terem sido goleados pelo Sporting na última jornada, mas estes mostraram excelente atitude.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Brilhante época sadina não merecia tamanha mancha

Defesa do Vitória sentiu bastantes dificuldades

Liga | Vitória 0-6 Sporting


Depois do jogo, talvez muitos adeptos do Vitória questionem a opção de Quim Machado em ter mudado o sistema da equipa de 4x1x3x2 (ou 4x4x2) para um 4x2x3x1, com Paulo Tavares a aparecer ao lado de Dani no meio-campo. Mas antes, com o técnico em alta pela boa temporada que a equipa tem feito, talvez muitos o tivessem de apelidado de génio, por preencher o miolo frente a um Sporting muito forte no jogo interior.

Se resultasse, seria muito elogiado nos dias seguintes ao encontro. Não resultou, é verdade, mas também não se sabe o que teria acontecido se a estrutura habitual tivesse sido mantida. É preciso não esquecer que os setubalenses até entraram bem no jogo, a procurar dividi-lo.

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

O melhor asiático de sempre do futebol português

Suk está a ser uma das grandes atrações da Liga
Bem podem procurar. Procurem por japoneses, sauditas, chineses, iranianos ou até por outros coreanos. Ou então podem consultar bases de dados para pesquisarem por ex-jogadores dos principais clubes nacionais. Ponto assente: não vão encontrar um asiático que se tenha destacado mais no futebol português do que Suk.

O sul-coreano já tinha ficado na retina pelo que tinha feito ao serviço de Marítimo e Nacional, mas tem sido no Vitória que tem definitivamente deixado a sua marca. É junto ao Sado que se tem tornado o mais digno representante do seu continente que o nosso futebol já conheceu. E chamá-lo de melhor asiático de sempre do futebol português até acaba por já ser redutor, tendo em conta a pouca expressão que por cá os seus compatriotas e vizinhos continentais têm tido.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

A desordem organizada de Paulo Fonseca

 Fonseca tem dado ao SC Braga o 'upgrade' que procurava
O SC Braga conheceu os seus tempos áureos com Domingos Paciência e Leonardo Jardim, entre 2009 e 2012. Foi durante esses anos que terminou por duas vezes no pódio da Liga (2.º em 2009/10 e 3.º em 2011/12), chegou à final da Liga Europa (2010/11) e ainda bisou em presenças na fase de grupos da Liga dos Campeões (2010/11 e 2012/13). Algo sem paralelo para aqueles lados.

Os guerreiros eram, essencialmente, uma equipa fortíssima em transições, que explorava bastante os passes em profundidade – Hugo Viana era especialista - para jogadores rápidos na frente como Alan, Hélder Barbosa, Mossoró, Lima ou Matheus. Mas com a notoriedade conquistada, os seus responsáveis entenderam que tinha chegado a hora de fazer um upgrade no estilo de jogo, para que a equipa se parecesse definitivamente com uma equipa grande e não com a maior das mais pequenas.

domingo, 3 de janeiro de 2016

Bonfim e segundas partes continuam a ser fantasmas

Suk voltou a apontar um grande golo

Liga | Vitória 1-1 SC Braga


O Vitória tem estado, sem margem para dúvidas, a realizar uma excelente temporada. Mas a sensação de quem vê os jogos dos sadinos é a de que nada devem a sorte, pois pelo futebol produzido tinham condições para ter mais uma dezena de pontos.

 É verdade que o adversário se chamava SC Braga, mas a alergia ao Bonfim parece não ter cura nos setubalenses. Em oito jogos realizados no seu reduto na Liga, apenas venceram um (diante do Estoril), tendo somado seis empates e perdido por uma vez, ainda que frente ao Benfica.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...