quarta-feira, 5 de setembro de 2018

O futebol do Palmeiras fica mais açucarado nos pés de Dudu


Dudu na eliminatória da Libertadores diante do Cerro Porteño
Dudu é o protótipo do extremo brasileiro: baixinho (1,66 m), rápido, criativo e sempre com a bola no pé. Tem aquele jeito de que a qualquer momento pode tirar um coelho da cartola ou perder inexplicavelmente a bola.

No 4x2x3x1 de Luiz Felipe Scolari, surge no lado esquerdo do ataque, o que para um destro fantasista corresponde a partir da faixa lateral para o meio, transportando a bola colada ao pé direito como se a estivesse a atrair com algum íman na chuteira, sambando perante os adversários até os ultrapassar, naquele estilo tão brasileiro, tão açucarado.


À técnica fantástica, que lhe permite driblar e conduzir muito bem a bola, junta o repentismo, a irreverência, a velocidade, a qualidade de passe e a visão de jogo. Também bate bolas paradas. Segundo o FutAnalysis, foi o terceiro jogador com mais passes para finalização a cada 90 minutos do Brasileirão 2017 (2,44).

Se encanta os adeptos do verdão e do futebol em geral, imagino que irrite os adversários com aquele baixo centro de gravidade que o ajuda a estar sempre mais perto de tocar a bola do que os oponentes e de sair com ela dominada em situações de aperto e que lhe permite guardar a bola com quase tanta segurança como se a estivesse a agarrar com as mãos.

Parte dos bons resultados que Scolari tem alcançado neste regresso ao Palmeiras explica-se pelo acentuar de protagonismo de Dudu, que reencontra um treinador que já o tinha orientado no Grêmio, em 2014. “[O Felipão] significa muito para mim. É um cara vencedor, um cara que desde que chegou ao Grêmio me ajudou bastante. Se hoje estou bem e se estou aqui no Palmeiras, é também graças a ele e ao Enderson [Moreira], que está no Bahia, porque apostaram mim no Grêmio”, afirmou recentemente o extremo de 26 anos, internacional brasileiro – dois jogos com Mano Menezes em novembro de 2011 e um com Tite em janeiro de 2017 numa convocatória que só contemplou jogadores a atuar no Brasileirão.


Ainda a tempo de um regresso à Europa, depois de uma aventura mal sucedida nos ucranianos do Dínamo Kiev entre agosto de 2011 e fevereiro de 2014, é o futebol chinês que tem chamado por ele. Segundo o Globoesporte, o Palmeiras recusou em julho uma proposta de 15 milhões de euros do Shandong Luneng e a ideia passava por manter o jogador mesmo que a oferta subisse para os 20 M.

Blindado até dezembro de 2022, não é de esperar que saia tão cedo do Allianz Parque, estádio de que é melhor marcador de sempre, com 24 golos. A esse estatuto, poderá juntar em breve o de máximo artilheiro do Palmeiras no século XXI: tem 50 golos e está a quatro de igualar Vagner Love.

Aos portugueses, porém, à primeira vista pouco lhes dirá o nome deste extremo nascido em Goiânia a 7 de janeiro de 1992 e formado no Cruzeiro, mas foi um dos carrascos da seleção de sub-20 na final do Campeonato do Mundo da categoria em 2011.






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