O Manchester United venceu esta tarde o Norwich por 2-0, em Old Trafford, a contar para a 7ª Jornada da Premier League, num jogo complicadíssimo para a turma de Alex Ferguson.
Eis a constituição das equipas:
Manchester United
Destaque para a rotatividade dos “red devils”. Alguns titulares em outros jogos como De Gea, Ferdinand, Carrick e Giggs ficam no banco, dando lugar a atletas que não jogam tão regularmente de inicio como Lindegaard, Anderson e Park Ji-Sung. No entanto, já se sabe, estamos a falar do Manchester United, das melhores equipas do mundo, e rotatividade não significa perca de qualidade.
Ainda assim, o MU veio de dois jogos seguidos sem vencer, primeiro no último fim-de-semana, frente ao Stoke City, para a Premier League, e na terça-feira frente ao Basileia, empatando ambos os jogos.
Norwich
Do Norwich pouco ou nada conhecia. É uma equipa que subiu este ano à Premier League, e que há dois anos estava no terceiro escalão inglês, sendo promovida por duas vezes consecutivas.
Ainda assim, veio de duas vitórias consecutivas no principal escalão e ocupa uma posição para já tranquila a meio da tabela.
O jogo na primeira parte foi pobre em ocasiões de golo, apenas houve uma, num cabeceamento de Wayne Rooney por volta dos 35’.
O United parece não estar a atravessar um bom momento de forma, depois dos dois empates, entrou com pouca intensidade, imaginação e até mesmo garra, e ainda que se fizesse notar a sua claríssima superioridade em termos técnicos, não conseguiu transformá-la em situações perigosas. Nani, através de algumas diagonais, ainda tentou a sua sorte, mas sem grande perigo.
Já o Norwich, esteve sempre organizadíssimo durante o primeiro tempo, fechando bem o centro do terreno e obrigando os campeões ingleses a procurar o jogo directo, tipo de jogo que não os favorecia visto que no ataque jogava o não muito alto Rooney e sobretudo Chicharito. Se sem bola os canários estavam concentradíssimos, com bola mostraram que não têm estrelas nem de perto nem de longe, não houve um jogador que desse muitos nas vistas, no entanto, jogaram sempre pela certa, cada jogador tinha sempre uma linha de passe e a verdade é que conseguiram manter uma percentagem de posse de bola semelhante à do United. E se não contra-atacaram mais, não foi por apresentarem um futebol negativo, mas sim porque os “red devils” arriscaram muito pouco e a sua linha defensiva jogava bastante mais recuada que o habitual.
Mérito para os jogadores que estiveram sempre concentradíssimos, mas também para Paul Lambert, treinador do Norwich, que organizou muitíssimo bem a sua equipa.
Na segunda parte, o jogo foi muito mais intenso e partido, com o United a fazer subir as suas linhas, jogando mais perto da área do Norwich, mas ao mesmo tempo, sendo mais permeável lá atrás, e os canários lá iam aproveitando as situações de contra-ataque para criar perigo.
Basicamente, assistimos a um jogo “à inglesa” nos últimos 45 minutos, em que num minuto ambas as equipas têm oportunidades de chegar ao golo, tendo a situação mais evidente ocorrido aos 66’, em que Pilkington está pertíssimo de jogar e no mesmo minuto, após um canto de Giggs e uma série de cabeceamentos, primeiro de Jones, depois de Rooney e finalmente de Anderson, a bola entra na baliza e estava feito o 1-0 para a formação da casa, numa altura em que Nani já tinha sido substituído pelo galês e Chicharito por Welbeck.
Depois, o Norwich foi à procura do empate como lhe competia, sempre com muita concentração e garra de todos os jogadores, mas na hora de rematar à baliza, faltava sempre engenho e arte para empatar a partida. No entanto, o United não se livrou de alguns sustos, e neste capitulo falo em especial de um remate de Pilkington, desviado pelas costas de Anderson e que embateu no poste da baliza de Lindegaard. Estavam decorridos 75 minutos.
Após alguns minutos muito intensos em que parecia que tudo poderia acontecer, o MU fez o 2-0, através de uma excelente combinação entre Park e Welbeck, na qual o coreano assistiu o jovem avançado inglês para uma finalização à boca da baliza. Foi a estocada final.
Os campeões ingleses continuam assim na liderança da Premier League, com os mesmo pontos que o seu rival da mesma cidade, o Manchester City, que esta tarde também venceu, no terreno do Blackburn, por 4-0.
Ainda assim, a exibição dos homens de encarnado não foi muito convincente (também por culpa do adversário é verdade), com muito pouca intensidade, sobretudo na primeira parte, e pelo que vejo nas partidas que já assisti do United, parece-me que acima de tudo são eficazes, porque nem na Luz, nem com o Chelsea, nem esta tarde com o Norwich criaram muitos situações para marcar, mas tiveram sorte de concretizar as poucas que tiveram, apesar do pouco brilhantismo.
Devo dar uma palavra de apreço ao sector mais recuado, no qual Jones e Evans fizeram excelentes exibições, fizeram cortes fundamentais, dificultaram ao máximo a acção dos atacantes contrários, e dada a sua juventude, e como já é conhecido o gosto de Alex Ferguson em trabalhar com jovens, parece-me que esta época Ferdinand e Vidic vão-se sentar muitas vezes no banco, mesmo quando estiverem em plena forma. Estes dois têm grande futuro, tal como Smalling, que hoje não jogou devido a lesão, mas que tem feito boas exibições.
No meio-campo, Anderson que nem estava a fazer um grande jogo acabou por marcar o golo que rompeu com o empate, Fletcher esteve discreto como sempre, Nani esteve menos exuberante que habitual e Giggs foi bem mais útil à equipa. Park embora também não muito interventivo, trabalhou bem e participou na jogada do 2-0.
No ataque, já se sabe que Rooney não sabe jogar mal, Chicharito esteve apagado, até porque este tipo de jogo não o favoreceu, e Welbeck continua com a veia goleadora esta época, apesar do período em que esteve afastado da competição devido a lesão.
No Norwich é difícil destacar nomes, mais uma vez reforço a ideia de que é uma equipa sem estrelas mas com um colectivo muito forte, e tem como principais virtudes a concentração, a entreajuda e o bom posicionamento.
Morison, avançado galês, como homem mais adiantado dos canários foi talvez quem esteve mais vezes presente em situações de perigo, no entanto, não teve um desempenho superior ao dos colegas.
Por fim, deixo uma palavra de elogio ao seu treinador, Paul Lambert, que pelo sucesso que tem tido, não me admiro que se daqui a uns anos estiver num clube maior da Premier League.
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