sábado, 15 de dezembro de 2018

Ryan Gauld em Faro a ganhar balanço

Ryan Gauld está em Portugal desde 2014
Ao cabo de mais de quatro anos em Portugal, Ryan Gauld já é visto por muitos como uma promessa adiada, que tarda em singrar apesar dos diversos contextos em que esteve inserido. Para reforçar essa tese, o empréstimo desta época ao Farense, da II Liga, soa a despromoção. Afinal, o médio escocês já teve períodos em que apareceu a espaços (e sem propriamente desiludir) na equipa principal do Sporting e duas cedências a equipas de I Liga, o Vitória de Setúbal (2016/17) e o Desportivo das Aves (2017/18). Olhando para os seus números e para o seu currículo, é o que se conclui.

No entanto, o outrora apelidado de Baby Messi ou de Scottish Messi completa apenas 23 anos a 16 de dezembro de 2018 e, agora que volta a ter alguma sequência de jogos e muitos minutos de competição, torna a exibir uma qualidade que não cabe no contexto qualitativo do segundo escalão do futebol nacional.


O toque de bola e aquilo a que o antigo defesa sportinguista José Eduardo um dia chamou de “andar dos predestinados” vai entusiasmando as bancadas do São Luís, tal como chegou a entusiasmar as do Bonfim, depois de também ter feito crescer água na boca às de Alvalade.

O pé esquerdo requintado, a condução de bola em velocidade, a precisão de passe, a criatividade para se desenvencilhar de situações complicadas, a visão de jogo, a classe e os pormenores deliciosos continuam a fazer parte do (arrisco eu…) ainda promissor internacional sub-21 escocês, que não se demite de tarefas defensivas.

De baixa estatura (1,65 m), viveu a melhor fase da curta carreira na segunda metade de 2016, quando José Couceiro apostou nele como médio interior num sistema de 4x2x3x1, fazendo valer os seus atributos mais de frente para o jogo, chegando à área com qualidade – entretanto Bruno de Carvalho ordenou o seu regresso após uma derrota do Sporting ante os sadinos na Taça da Liga. Agora com Rui Duarte em Faro voltou um pouco às origens, atuando nas alas, até porque no estilo de jogo muito vertical dos algarvios os médios que compõem o duplo pivot (como Markovic e Nuno Borges) têm um perfil mais físico e estabilizador e é exigida qualidade técnica e velocidade aos homens mais adiantados.

Seja como for, estamos perante um talento que serve várias posições – todas do meio-campo para a frente à exceção de trinco e ponta de lança -, sistemas e ideias de jogo mas que não merece ser desperdiçado. De pedra e cal no onze da formação da capital do Algarve, poderá estar a ganhar balanço para a afirmação que há mais de quatro anos é esperada.











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