terça-feira, 4 de setembro de 2018

Que grande coletivo tem este Benfica

O onze inicial que bateu PAOK e Nacional em jogos fora

Quantas e quantas vezes se ouve dizer que treinador de equipa X procura explorar a criatividade e qualidade no um contra um de jogador A, a velocidade de extremo B ou os centímetros de avançado C? Quantas e quantas vezes se olha para uma equipa de futebol como a soma das individualidades, em que fulano, beltrano e sicrano contribuem com o melhor que cada um tem?

É possível sentirmos esse peso de uma ou outra individualidade em várias formações por essa Europa fora, mas não vemos isso acontecer no Benfica. Talvez Salvio e Cervi não sejam os extremos mais rápidos e fantasistas, talvez André Almeida não seja o lateral mais vocacionado ofensivamente, talvez Castillo, Ferreyra ou Seferovic não sejam os pontas de lança mais altos e eficazes, talvez Fejsa não tenha a qualidade a construir de outros médios defensivos, talvez Vlachodimos não seja o melhor guarda-redes a jogar com os pés, talvez Rúben Dias, Grimaldo ou Gedson Fernandes ainda tenham alguns sinais de imaturidade, talvez Pizzi tenha demasiadas oscilações exibicionais e talvez Jardel não seja o central mais evoluído que o terceiro anel já viu. Mas, juntos, valem mais do que uma soma de onze jogadores.


Juntos, valem por um coletivo trabalho e oleado, que em muitos momentos consegue imprimir uma circulação de bola a um ritmo muito alto, envolvendo toda a equipa em largura e profundidade, ligando os três corredores mas de forma vertical, através de uma posse de bola em progressão, com qualidade. E mesmo quando há alterações no onze, essa matriz mantém-se intacta, notando-se apenas alguma diferença na capacidade de definição de jogador para jogador.

Mais do que a soma de cada individualidade, este Benfica vale pela dinâmica, que resulta numa capacidade de desdobramento que permite a um médio como Pizzi pegar na bola ainda no seu meio-campo, variar o centro do jogo com um passe longo para o lateral solto de marcação no corredor mais distante e ainda aparecer à entrada da área para finalizar. Uma dinâmica que permite aos extremos confundir marcações e aparecerem ao meio e em posição privilegiada na zona do ponta de lança, o que ajuda a justificar o sempre elevado número de golos de Salvio em cada temporada.


Também no aspeto defensivo, quantas vezes se vê as águias recuperarem a bola no meio-campo adversário, com Fejsa a surgir como autor do desarme? Tal não se consegue apenas pela agressividade ou bola leitura de jogo por parte do sérvio, mas também porque o bloco está subido e coeso e estão identificadas as referências adversárias nas saídas em contra-ataque.

Se o Benfica tem o plantel mais valioso da I Liga? Tenho sérias dúvidas. Se tem o melhor coletivo? Garantidamente. Sim, e nem assim Rui Vitória deixa de ser um treinador muito subvalorizado aos olhos da crítica.















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