sábado, 7 de julho de 2018

Pelé, o construtor, para o meio-campo do Mónaco de Leonardo Jardim

Pelé assinou por cinco temporadas pelo Mónaco
Não foi uma das revelações da I Liga em 2017/18 porque já há várias épocas que andava pelo campeonato português, mas Pelé foi certamente um dos jogadores que mais evolui durante a última temporada, beneficiando da ideia de jogo do Rio Ave de Miguel Cardoso.

À frente da defesa, integrado num duplo pivot geralmente formado com Tarantini, era o internacional guineense que tinha como missão baixar entre os centrais para iniciar a construção dos ataques, funcionando como um organizador de jogo a partir de zonas recuadas.


A partir do momento em que a bola lhe chegava aos pés, começava a mostrar as qualidades pelas quais o Mónaco despendeu 10 milhões de euros pelo seu passe, depois de se ter falado de possíveis transferências para Sp. Braga, Benfica ou Wolverhampton – curiosamente, todos clubes do círculo Jorge Mendes.

Dotado de visão de jogo periférica e de um porte físico bastante razoável (1,82 m), exibiu capacidade para sair a jogar e decidir bem mesmo em zonas e momentos de forte pressão dos adversários e, sobretudo, precisão de passe a curta, média e longa distância. Essa qualidade de passe dava ao Rio Ave a possibilidade de queimar linhas, virar rapidamente o centro do jogo ou explorar o espaço nas costas da defesa contrária – Guedes brilhou nesse aspeto -, assim como de reter a posse de bola e gerir o ritmo do encontro conforme a necessidade.

Também pelo aspeto defensivo revelou estar apto para algo mais do que uma formação que apenas lute pelas competições europeias em Portugal. Quase sempre bem posicionado, equilibrava a equipa através da ocupação dos espaços, mostrando-se agressivo no momento de morder os calcanhares aos adversários, mas ainda assim elegante, sem excessos.


Agora, aos 26 anos, este frio e exímio executante de grandes penalidades ruma a um clube com objetivos mais ambiciosos num dos principais campeonatos europeus. Olhando para as entradas e saídas do plantel às ordens do Leonardo Jardim, há a tentação de apontar Pelé como o substituto natural de Fabinho, que se transferiu para o Liverpool por 50 milhões de euros. No entanto, apesar da posição que ocupam ser a mesma, ambos têm características muito diferentes: o brasileiro é um médio que faz da intensidade e dos constantes vaivéns entre áreas – quase que replicando o que fazia enquanto lateral mas a partir de uma zona mais interior – os principais atributos; o luso-guineense é mais um pensador e um construtor, mais posicional à frente da defesa.









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