quinta-feira, 17 de maio de 2018

I Liga 2017/18 | Onze ideal

Cinco dragões, três leões, dois bracarenses e o artilheiro-mor



Terminou a I Liga versão 2017/18. O FC Porto conquistou o título num campeonato marcado por um fosso gigantesco entre os quatro primeiros classificados e os demais concorrentes. Não é, por isso, de estranhar, que apenas jogadores dos campeões, Sporting, Benfica e Sp. Braga apareçam neste Onze Ideal.



Guarda-redes:

Beneficiando da saída de Ederson do Benfica para o Manchester City, Rui Patrício reforçou (ainda mais) o estatuto de melhor guarda-redes a atuar em Portugal. O Sporting até nem teve a defesa menos batida do campeonato, mas a solidez demonstrada pelo internacional português em mais uma época – quem sabe a última na I Liga… - tornam a escolha pouco discutível. O guardião leonino foi totalista no campeonato e encaixou 24 golos. Infelizmente para ele, terminou a época da pior forma, com um erro monumental nos Barreiros que ainda assim não coloca em dúvida esta distinção.
Segundo o GoalPoint, foi o segundo guarda-redes da I Liga com melhor percentagem de remates defendidos em 2017/18 (77,8%).


Centrais:


Surpreendente? Talvez. Raúl Silva chegou a Braga no início da temporada após ter cumprido a melhor época de sempre no Marítimo, e mostrou num clube de dimensão superior o que já tinha exibido nos Barreiros. Dotado de um jogo aéreo fenomenal, apontou seis golos no campeonato – e nove em todas as competições -, mostrou-se imponente no capítulo defensivo e seguro nas ações com bola. Não ficou a dever em relação a Felipe, Coates ou Rúben Dias.



Um señor que vai deixar saudades no futebol português. Iván Marcano é o protótipo do central completo: elegante, ágil, imponente no jogo aéreo e com qualidade a sair a jogar. Líder da linha defensiva, muitíssimo regular e fiável, mostrou uma conduta irrepreensível e grande nível de profissionalismo até ao último dia, mesmo a saber-se que ia abandonar o FC Porto no final da temporada, quando termina contrato. Foi um dos esteios na campanha portista e concluiu a época da melhor forma possível, ao marcar o golo da vitória em Guimarães.


Laterais:


Como é habitual neste tipo de iniciativas, não posso evitar uma pequena batota. Ricardo Esgaio jogou a maior parte da época a extremo, mas uma vez que atuou algumas vezes a lateral e fez uma grande temporada ao serviço do Sp. Braga, lá se arranjou forma de o encaixar. Sem espaço no Sporting, foi para o Minho através do negócio que levou Battaglia a fazer o caminho inverso, e desde os primeiros jogos que deu grande acutilância ao corredor direito. Foi um dos indiscutíveis para Abel Ferreira, tendo somado quatro golos e nove assistências.



Na segunda época de dragão ao peito, Alex Telles explodiu, ao ponto de ter sido o rei das assistências no campeonato, com 11 passes para golo. Além da largura e profundidade dadas ao corredor direito do FC Porto, mostrou-se irrepreensível no capítulo defensivo, revelando responsabilidade posicional e qualidade na forma como não se deixava bater no um contra um. Admira como os colossos europeus não mostrem mais interesse na contratação do lateral brasileiro.
De acordo com o GoalPoint, foi o jogador da I Liga com mais passes para finalização (3,21) e o segundo com mais cruzamentos eficazes por 90 minutos em 2017/18 (1,46).


Médios:


De mal-amado a capitão e figura central do título portista, muito devido ao golo no Estádio da Luz que devolveu a liderança da I Liga ao FC Porto. Héctor Herrera demorou a convencer os adeptos e até Sérgio Conceição, que inicialmente apostou em Óliver Torres para o meio-campo, à frente de Danilo Pereira. O médio mexicano assinou aos 28 anos, provavelmente, a melhor temporada de azul e branco, através da intensidade nos momentos defensivos e qualidade de passe e de transporte de bola que acrescentou ao meio-campo dos dragões.
De acordo com o GoalPoint, foi o quarto jogador da I Liga com mais recuperações de posse de bola (8,08) e o terceiro com mais passes eficazes para o meio-campo adversário por 90 minutos em 2017/18 (32,4).



Embora seja português e tivesse sido capitão da seleção sub-21, Bruno Fernandes era praticamente um desconhecido do futebol luso quando no último verão assinou pelo Sporting, que pagou quase 10 milhões de euros pelos seus préstimos. O médio não demorou a impor-se na equipa titular dos leões e cedo se tornou uma das revelações do campeonato, tendo apontado 11 golos – não esquecer que é um médio… - e sido chamado por Fernando Santos à principal equipa das quinas. Visão de jogo, versatilidade, qualidade de passe – somou oito assistências - e classe são algumas das principais qualidades de um jovem futebolista de 23 anos blindado com uma cláusula de rescisão de 100 milhões de euros.


Extremos:


Na terceira época a tempo inteiro na equipa principal do Sporting, Gelson Martins reforçou o estatuto de principal desequilibrador no ataque leonino e voltou a mostrar melhorias na definição dos lances, capítulo em que é menos assertivo. O extremo internacional português rubricou a melhor temporada da carreira, tendo apontado oito golos no campeonato. Sem a sua velocidade e capacidade de drible, os verde e brancos teriam tido muitas mais dificuldades em penetrar pelas muralhas defensivas dos adversários.
De acordo com o GoalPoint, foi o quarto jogador da I Liga com mais dribles eficazes por 90 minutos em 2017/18 (2,73).



Após uma primeira temporada deslumbrante e duas dececionantes de azul ao peito, Yacine Brahimi voltou a mostrar a sua melhor versão em 2017/18. Colado ao corredor esquerdo, o argelino tornou a ser titular indiscutível e a exibir a velocidade e a magia que levaram o FC Porto a contratá-lo ao Granada no verão de 2014. Apontou nove golos no campeonato e integrou um trio africano de sucesso, ao lado de Marega e Aboubakar.
Segundo o GoalPoint, foi o terceiro jogador da I Liga com mais passes eficazes para o último terço do terreno (16,2), o que fez mais dribles eficazes (5,51) e o quinto mais vezes travado em falta no último terço do terreno por 90 minutos em 2017/18 (1,16).


Avançados:


No eixo do ataque só cabem dois homens – e até podia caber só um – e Moussa Marega nem foi um dos dois melhores marcadores do campeonato – esteve quase, foi terceiro -, mas a forma inesperada como se tornou um dos alicerces da campanha portista e a importância que teve no decorrer do campeonato tornam a sua presença inevitável neste onze ideal. Se no início da temporada era apontado como um jogador limitado e que só integrava o plantel devido às restrições financeiras do FC Porto, respondeu com 22 golos, poderio físico, explosão e veia goleadora. A sua influência notou-se quando jogou e… quando esteve ausente.
De acordo com o GoalPoint, foi o segundo jogador da I Liga com mais remates enquadrados por 90 minutos (1,72) e o terceiro com percentagem mais alta de remates convertidos em golo em 2017/18 (22,9%).



Aos 34 anos, Jonas apontou 34 golos num campeonato com 34 jornadas, embora só tenha participado em 30. Os anos passam mas a veia goleadora do avançado brasileiro aparenta estar cada vez mais refinada. Marca golos de todas as formas e feitios, aparecendo no sítio certo e à hora da certa. Há muitos adjetivos para descrever a qualidade do veterano avançado mas poucas em que o talento dele possa caber. Julgava-se que iria perder protagonismo com a mudança de 4x1x3x2 para 4x3x3, mas mostrou que pode jogar sozinho no eixo do ataque sem que a equipa mostre algum tipo de carências.
Segundo o GoalPoint, foi o jogador da I Liga com mais remates enquadrados por 90 minutos (2,60) e o segundo com percentagem mais alta de remates convertidos em golo em 2017/18 (25,6%).


Treinador:


O treinador campeão não teria de ser necessariamente o melhor da época, mas tendo em conta o dedo de Sérgio Conceição na campanha portista, é inevitável que o técnico dos dragões seja o distinguido. Oriundo dos franceses do Nantes, o antigo extremo encontrou uma equipa que tinha terminado em segundo lugar na época anterior (mas sem André Silva e Rúben Neves) e vários jogadores que tinham estado emprestados e que aparentavam não ter qualidade suficiente para singrar no Dragão. Nada mais errado. Com organização tática e níveis de intensidade altíssimos, o treinador fez das fraquezas forças e devolveu o orgulho aos adeptos azuis e brancos. E Sérgio Oliveira, Marega e Aboubakar, três dos que estavam cedidos, acabaram por ter papéis muito importantes.
















3 comentários:

  1. Boa noite David.

    Neste artigo colocaria outra equipa... Opiniões são opiniões e a minha é baseada na minha forma de ver o futebol pelo que...

    Patrício
    Esgaio, Raúl Silva, Rúben Dias e Telles
    Fejsa,
    Rúben Fernandes
    Gelson e Brahimi
    Dost e Jonas

    Patrício pois não há de momento muito mais escolha.

    Da defesa só tenho reticências com Telles, pois é um defesa muito violento (nem comparem com o Rúben porque não vale a pena). Decisão muito difícil pois Grimaldo não esteve tão bem como na época passada. Até na lateral direita tenho dificuldade uma vez que Ristovski e Douglas deram boas indicações, pena que em final de época. A dupla de centrais parece-me mais equilibrada e com muito mais garra.

    Fejsa caía a matar neste meio campo muito versátil uma vez que teria o espaço necessário para se movimentar como gosta, ele necessita de amplitude de movimentos para conseguir fazer o que mais ninguém em Portugal e poucos no mundo, fazem: Antecipar e construir.

    Fernandes com Gelson e Brahimi: Com as costas quentes (Fejsa) e 2 extremos mordazes com grande apetite pela profundidade e elevada capacidade de drible, o Fernandes tanto poderia carregar como distribuir jogo para além de que é muito apto a ganhar sobras nas entradas das grande-áreas.

    Dost com Jonas... Sem dúvida a dupla perfeita que deriva das caraterísticas de ambos: Dost é mais posicional e muito incisivo, o que daria a Jonas ma liberdade posicional muito ampla na frente de ataque... E quando Jonas tem essa liberdade... Ambos os avançados iriam ser parceiro de sucesso.

    Claro que isto é tudo muito bonito mas só funciona se todos tiverem consciência de que a única maneira de vencer é respeitarem a harmonia e serem solidários com os colegas. Resultado final: Sporting 4, Benfica 3, Braga 2, Porto 2.

    Quanto ao treinador, é difícil escolher um que mereça treinar esta equipa! Talvez o Abel Ferreira do Sp Braga

    O meu agradecimento pelo convite pois é muito bom falar de futebol nesta porcaria de futebol que é o português.

    AMC

    ResponderEliminar
  2. Eu punha o Cláudio Ramos no 11 ideal. O Rui Patrício é indiscutivelmente o melhor guarda-redes do campeonato, isso não está aqui em causa, mas creio que este ano não foi assim tantas vezes chamado à acção e, nalgumas das vezes que foi, não respondeu à altura. Pelo contrário, o Cláudio Ramos, igualmente totalista, fez inúmeras exibições tremendas e foi absolutamente decisivo, mais uma vez, para a época do Tondela.

    ResponderEliminar
  3. Onze GoalPoint:

    Cláudio Ramos (6.03)

    Ricardo Pereira (6.63)
    Felipe (6.09)
    Raúl Silva (6.00)
    Alex Telles (6.70)

    Herrera (6.44)
    Bruno Fernandes (6.53)
    Zivkovic (6.52)

    Matheus Pereira (6.29)
    Jonas (6.97)
    Brahimi (6.72)

    ResponderEliminar

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...